A acusação não considera que existam provas para condenar Miguel Ángel López na Operação Ilex

Ciclismo
domingo, 04 fevereiro 2024 a 9:55
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A operação Ilex, que investiga a alegada conspiração de dopagem liderada por Marcos Maynar, prossegue o seu desenvolvimento com uma notícia de última hora que deixa mais uma vez a impressão de que a Espanha não está a fazer tudo o que devia na luta contra a dopagem. O Ministério Público interpreta que, apesar das provas da Guardia Civil que parecem testemunhar o contrário, Miguel Ángel López não cometeu qualquer crime.
O relatório da procuradora Sonia Castañeda Redondo é muito diferente do da Unidade Operativa Central (UCO). Ela, como avança Fernando Ferrari no Ciclo21, não acha que López tenha cometido qualquer crime.
"Não foi suficientemente acreditado a que atletas se destinavam e em relação a que competição específica, nem foi consumido ou em que medida, o efeito produzido ou o perigo, tanto genérico como específico, que esta droga pode causar com a sua ingestão. Por isso, pede-se a demissão provisória destes três investigados".
No seu relatório de 3 de dezembro de 2023, a procuradora Castañeda centra-se em três dos oito investigados: Vicente Belda García, antigo massagista de Astana, e o casal Ángel Vázquez e Luis Vicente Otín. A menotropina, conhecida comercialmente como HMG-Lepori, é o elemento comum entre eles, interceptada nas suas posses e enviada por diferentes rotas. É de salientar que Maynar, segundo a UCO, nunca o prescreveu diretamente, procurando complicar a sua identificação ao eliminar a marca comercial nos envios.
Uma das principais discrepâncias reside na interpretação da menotropina. Enquanto o Ministério Público a considera uma droga legalmente autorizada, a Guardia Civil sustenta que foi utilizada para fins de dopagem, em violação dos regulamentos antidopagem da Agência Mundial Antidopagem (AMA), causando danos físicos a López.
Além disso, sempre de acordo com informações do Ciclo 21, a aplicabilidade do artigo 362 do Código Penal é questionada pelo procurador, argumentando que se trata de um crime de resultado que exige pôr em perigo a vida ou a saúde do atleta, critério não partilhado pela Guarda Civil. A discrepância é intensificada pelo facto de Maynar ter planeado a participação de Miguel Ángel López na Volta a Itália 2022, incluindo as injeções, e ter enviado as ampolas de menotropina a Belda García, que sofreu consequências adversas após a sua administração durante a corrida.
Apesar destas provas, o procurador Castañeda solicita o afastamento provisório dos três investigados acima referidos, alegando a falta de indícios racionais de criminalidade. Este facto gera incerteza quanto ao curso futuro do caso, uma vez que se aguarda a posição do procurador relativamente aos outros investigados.
O futuro judicial de Maynar, Bartolomé, Belda Vicedo, Bernal e Pereira, bem como a eventual acusação da UCI contra o "Superman" López, estão pendentes das decisões tomadas pelo procurador após a avaliação das provas apresentadas. A incerteza persiste e o novo juiz designado para o caso terá de determinar a direção do processo judicial em curso. Entretanto, a UCI está atenta para decidir se as provas sustentam as alegações de práticas de doping contra López, com possíveis sanções de até quatro anos ou absolvição final.

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