"Acho que a equipa estava a precisar" - David Gaudu de volta à sua melhor forma na etapa 2 da Volta a Espanha

David Gaudu tem vivido uma época de 2025 marcada por contratempos, mas encontrou na 2ª etapa da Volta a Espanha um sinal encorajador. O francês da Groupama-FDJ fechou em 3º lugar, atrás de Jonas Vingegaard e Giulio Ciccone, alcançando o seu melhor resultado do ano e recordando ao pelotão que continua capaz de competir ao mais alto nível. O dia, contudo, também trouxe más notícias para a equipa, já que Guillaume Martin foi forçado a abandonar após uma queda violenta em estradas encharcadas.

Gaudu admitiu que correu sob tensão constante, consciente do perigo. "Não era nada garantido, fiquei paralisado o dia todo. Conheço estas estradas, não estamos longe de casa. Sei que quando chove aqui, é um desastre, fica escorregadio. Tinha medo de reviver o que aconteceu no Dauphiné ou no Giro. Por isso pensei: ‘Está bem, vou guardar-me e ver no final’. E correu bem", contou ao Cyclism'Actu.

A cautela do bretão justificou-se, com várias quedas a marcar a etapa, incluindo a que afastou Martin. "É uma pena perder o Guillaume numa queda. Queríamos conseguir um resultado para ele, mas a etapa foi muito perigosa. Só quando viramos à direita, perto do fim, comecei a acreditar que podia terminar bem. No final, correu tudo bem e fiquei muito feliz."

Na derradeira subida até Limone, Gaudu aguentou o ritmo infernal imposto pelos favoritos. "Não houve ataques, mas não se pode atacar quando já se vai a mais de 500 watts e a 30 km/h. Para ganhar dois metros seria preciso andar a 40. Contra estes números, só me manter no grupo dos mais fortes já foi uma vitória."

O pódio teve sabor a redenção e trouxe moral à Groupama-FDJ, numa temporada difícil. "Francamente, estou contente, é um bom começo para a Vuelta. A equipa precisava disto. Ainda faltam 18 etapas e temos de continuar concentrados. Amanhã o Thibaut (Gruel) pode tentar algo no final, por isso vamos trabalhar para o melhor resultado possível até Madrid."