Adam Yates fala sobre a competitividade entre os trepadores da Emirates!

quarta-feira, 12 fevereiro 2025 a 9:51

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Tadej Pogacar, João Almeida, Juan Ayuso, Jay Vine, Pavel Sivakov, Brandon McNulty, Marc Soler, Isaac del Toro, Pablo Torres... UAE Team Emirates - XRG é uma equipa cheia de grandes trepadores que trabalham juntos ao longo do ano, mas que também têm as suas próprias ambições. Adam Yates, outro ciclista da equipa, partilha a dinâmica entre os líderes da equipa e a forma como isso o motiva a melhorar.

"Quando vemos que toda a gente está a trabalhar tão arduamente, isso mexe connosco. Toda a gente vai para o treino para encontrar os seus limites e tentar testá-los. Depois, sentimo-nos um pouco "parvos" se não o fizermos nós próprios. Veja-se o campo de treinos em Benidorm, onde nos encontramos em dezembro. Os ciclistas estabeleceram um padrão muito elevado. Quando todos se esforçam tanto, também começamos a fazer o mesmo", partilhou Yates com o Wielerflits.

Ser a melhor equipa do mundo e ter um calendário alargado que oferece oportunidades a muitos ajuda a gerir os egos dentro da equipa. Mas Yates diz que tem de mostrar sempre um nível elevado, caso contrário, alguns dos seus colegas de equipa podem ocupar os lugares de liderança que ele espera ter durante a época. "Numa equipa como a UAE Team Emirates - XRG, temos sempre de partilhar um pouco a liderança com outros. Mas isso também é faz parte do sucesso. Todos se "empurram" uns aos outros e querem ser ou tornar-se os melhores. É preciso defender um pouco o nosso território. Se não estivermos à altura, há imediatamente dois ou três ciclistas que estão prontos para tomar o nosso lugar".

Ao mesmo tempo que assimilou o papel de gregário de Tadej Pogacar nos últimos dois anos, mostrou o seu melhor nível de sempre e, numa equipa que pode ganhar tanto, não pode deixar de se questionar sobre a possibilidade de o fazer nas Grandes Voltas. Por isso, "vou ao Giro, que é um grande objetivo para mim pessoalmente". No entanto, terá de partilhar a liderança com Juan Ayuso, dois ciclistas que não se deram muito bem na Volta a França do verão passado.

"Depois disso, irei novamente à Volta a França com o Tadej, em julho, para o ajudar a ganhar novamente. Vai demorar muito tempo até eu ter de estar bem, mas a partir daí será um longo período de pico no verão. É por isso que estou mais relaxado neste momento". Na Volta ao Omã, Yates está a ter concorrência modesta e a tentar revalidar o seu título, mas parece que David Gaudu será difícil de bater. A chegada ao alto da Green Mountain deverá decidir a classificação geral e terá lugar esta quarta-feira.

No Giro, terá também o interessante pormenor de lutar contra o seu irmão Simon. Eles vão liderar a UAE e a Visma, respetivamente, antes de ambos assumirem papéis de apoio no Tour. "Ele será um grande rival, sim. Conhecemo-nos muito bem e continuo a falar com ele todos os dias. Não sei como vão ser as coisas, mas posso dizer que o meu objetivo é ganhar lá. Não é fácil, não será certamente um passeio. Haverão muitos mais rivais e depois terei de viver com o resultado".

Quanto ao Campeão do Mundo Pogacar, que nos últimos dias tem estado no centro das atenções devido a um reconhecimento do percurso da Paris-Roubaix de 2025, o britânico confirma uma boa relação entre ambos: "Na verdade, temos tido uma boa relação desde o início. No primeiro ano em que entrei para a equipa, não corri muito com ele. Mas isso mudou drasticamente nos últimos dois anos", explica. "Fazemos sempre boas corridas quando corremos juntos. Claro que nem sempre ganhamos, mas ele ganha muitas vezes. Isso faz com que seja mais natural trabalhar para ele, quando se ganha muito e se tem um líder assim."

"Sem dúvida. Se acreditarmos no nosso líder, podemos apoiá-lo totalmente, estar concentrados e garantir a sua vitória. Não é fácil. Ele pede sempre mais, para se esforçar mais e mais. É muito difícil, sabe como é. Mas se ele ganhar no final, tudo vale a pena."