ANTEVISÃO - Volta a Espanha 6ª Etapa - Um dia de muito calor, 3600 de acumulado e muitos cenários para a vitória

A Volta a Espanha começou a 17 de agosto e termina a 8 de setembro. É a última Grande Volta da época e como todos os anos, conta com uma lista de inscritos repleta de trepadores, sprinters e ciclistas de clássicas que procuram a sua última oportunidade de vencer numa Grande Volta. Fazemos a antevisão da etapa 6.

O sexto dia de corrida termina em Yunquera, num dia repleto de diferentes tipos de subidas. Muitos cenários de corrida poderão acontecer e a ligeira subida de 9 quilómetros irá oferecer oportunidades para os "puncheurs" e os trepadores fazerem o que sabem melhor. Uma vitória para a fuga também será um cenário possível.

A etapa começa dentro de um supermercado Carrefour, o que poderá ser o ponto alto do dia. A primeira subida do dia é a mais difícil - 14,7Km a 5,5% - mas termina a 112 quilómetros do final. A partir daí as estradas são onduladas. A segunda subida tem quase 20 quilómetros, mas com uma parte intermédia plana, apresentando um sprint intermédio e uma terceira categoria no alto a 55 quilómetros do final.

A Penúltima ascensão do dia tem 3,5 km de extensão a 5,9% e termina a 26 km da meta. Uma descida e uma subida em falso plano levará o pelotão até à subida final instalada em Yunquera. Nem para trepadores, nem para sprinters... Teremos uma mistura de ciclistas de clássicas, puncheurs e rolleurs chegarão aqui na frente de corrida. A subida tem 8,9 quilómetros a 3,9%. A parte mais difícil será no primeiro terço, entretanto haverá uma pequena descida a meio e os últimos 2,5 quilómetros são, na sua maioria, em inclinações de cerca de 5%, o que torna a etapa bastante aberta.

Mais um dia bastante quente, com temperaturas a rondar os 30 graus. Um dia nas colinas, onde estará um pouco mais fresco, talvez com nuvens e uma pequeníssima possibilidade de chuva no final da etapa.

Luta pela CG - Os homens da geral estarão na disputa. Terão de estar! Não parece ser um dia muito difícil, mas são 3600 metros de acumulado positivo, uma chegada instalada no topo de uma colina e muito calor. Não se pode relaxar. É claro que não se esperam grandes ataques ou cortes, mas um dia mau pode levar à perda de tempo, tal como no sprint final ou num ataque tardio... tudo pode acontecer e poderão existir cortes - quem sabe até mesmo estarão bonificações em jogo. Primoz Roglic e Lennert van Eetvelt são sprinters muito rápidos num final como este e se a fuga for apanhada eles poderão tentar levar a decisão para o risco de meta.

Sprint? - Improvável, mas possível. Tem havido pouca vontade de se fazerem ataques nos últimos dias, com o calor a ter uma grande influência nas estratégias. Com uma partida plana, pode não haver muitos ciclistas a conseguir escapar e nesse caso a etapa pode ser controlada, por exemplo, pela Visma (que também quer a camisola dos pontos e pode alargar a vantagem para Kaden Groves) e a Lotto Dstny. Wout van Aert pode certamente vencer num final como este, estando em boa forma. Corbin Strong, Jhonatan Narváez, Ide Schelling e talvez Quinten Hermans também podem ser sprinters bastante fortes num final destes e podem ter as suas equipas a colaborar no trabalho para manter as coisas juntas para um sprint. É muito importante notar que se muitos tentarão ir para a fuga, todos estes ciclistas mencionados atrás poderão também tentar integrar a mesma e uma fuga numerosa e forte será impossível de controlar num dia como este.

Mas este dia terá ficado marcado na agenda de muitos ciclistas. Temos vários homens que são suficientemente bons trepadores ou puncheurs para fazerem a diferença nas subidas, como Attila Valter, Mauri Vansevenant, Giulio Ciccone, Victor Lafay, Dylan Teuns, Pelayo Sãnchez, Mauro Schmid, Felix Engelhardt, Ion Izagirre, Jesús Herrada e Pablo Castrillo. 

No entanto também podemos considerar ciclistas que não são tradicionalmente fortes nas subidas e que, em vez disso, são fortes nas estradas planas e onduladas. Rouleurs, na sua essência. Mathias Vacek, Bruno Armirail, Victor Campenaerts e Stefan Küng estão todos bem adaptados a este tipo de terreno e todos já mostraram fortes desempenhos nesta Vuelta, enquanto também acrescentariamos Oier Lazkano da Movistar como um ciclista muito perigoso para caçar a vitória neste dia traiçoeiro.

A etapa pode ser ganha de muitas maneiras e por muitos diferentes tipos de ciclistas. Pode ser um dia muito, muito interessante. Mesmo a partir de uma fuga, poderemos ter um sprint, um ataque táctico tardio, um ataque total nas subidas... Ou a famosa "Fuga de la Fuga", em que os primeiros ataques da própria fuga podem ser bem sucedidos devido à frequente hesitação dos grupos perseguidores.

*** Wout van Aert, Jhonatan Narváez
** Lennert van Eetvelt, Bruno Armirail, Oier Lazkano, Mauro Schmid
* Primoz Roglic, Corbin Strong, Attila Valter, Victor Lafay, Dylan Teuns, Pelayo Sánchez, Mathias Vacek, Stefan Küng

Escolha: Oier Lazkano