ANTEVISÃO - Volta a França 16ª etapa - O ultimo folego dos sprinters num dia com ventos cruzados muito perigosos

A Volta a França tem sido bastante difícil até agora e a última verdadeira oportunidade para os sprinters surge na etapa 16. Fazemos a antevisão do dia em que o pelotão deixa os Pirinéus e começa a dirigir-se para leste, em direção aos Alpes.

A terceira semana começa com uma etapa de sprint, talvez a única da última semana. Trata-se de uma etapa em que o pelotão se desloca para leste dos Pirinéus em direção aos Alpes e termina na cidade de Nîmes.

Em suma, um dia calmo, a menos que o vento esteja presente, o que é bastante provável que aconteça. Mas, em termos de perfil, é uma etapa com um início relativamente fácil e apenas uma pequena subida a ter em conta ao longo do dia. Os sprinters ficarão satisfeitos, mas a pressão e os riscos serão enormes, pois esta é a última oportunidade para um sprint de grupo regular em todo o Tour! (Este ano não há Campos Elísios)

O sprint final não é um sprint técnico. Os ciclistas não vão entrar no centro na cidade, terminando nos seus arredores. A última curva surge a 2,5 quilómetros do final e depois é uma linha reta até à meta. De levar em consideração que o pelotão terá de enfrentar três pequenas rotundas nos últimos dois quilómetros, a última das quais a apenas 450 metros do fina. Por isso, o posicionamento será fundamental neste local.

O dia vai ser muito quente e com muito vento de noroeste, o que significa que ao longo do dia haverá ventos cruzados e também em estradas expostas. Os primeiros 85 quilómetros, em especial, serão bastante propensos a tal. Na chegada à meta o pelotão terá vento frontal.

Jasper Philipsen - Vencedor de dois sprints, a Alpecin não tem praticamente nada que possa fazer nesta etapa para além de trabalhar para Philipsen e esperar por uma terceira vit´ória. O sprint com vento de frente favorece-o bastante.

Wout van Aert- A Visma vai estar na frente, isso será uma certeza. Van Aert não está na sua melhor forma, mas para sprintar não precisa necessariamente disso. Ele já esteve perto de ganhar em sprints e se a corrida se partir é provável que ele vá com um grupo para a  frente. Quanto mais sprinters ficarem para trás melhor será para ele e se a corrida for atacada de longe, ele poderá ter uma hipotese, mesmo que ele faça algumas passagens a trabalhar para Jonas Vingegaard. Christophe Laporte, em grande forma, pode sprintar, liderar ou mesmo atacar no final. 

Biniam Girmay - Atrevemo-nos a dizer que a camisola verde já está no papo. Girmay não é o melhor sprinter puro, mas tem andado bem durante todo o Tour. Com os ventos cruzados nesta etapa, mesmo sem ter a melhor equipa, é provável que ele se saia bem. Num sprint de grupo, pode certamente ganhar uma quarta etapa.

Depois de terem sobrevivido a mais uma etapa de montanha brutal, os sprinters estarão contentes por terem um dia de descanso. Esta etapa poderá ser a última do Tour para alguns ciclistas. Os ciclistas das clássicas, como Arnaud De Lie, Marijn van den Berg e Pascal Ackermann, podem andar muito bem se os ventos cruzados cortarem o pelotão e podem entrar na luta pela vitória na etapa a partir de um grupo reduzido de sprinters.

É a última oportunidade para alguns ciclistas que são verdadeiros pesos pesados e na última semana uma fuga poderá ter sucesso mesmo num dia como este. A etapa montanhosa que resta pode dar razão a alguns para se pouparem, mas ciclistas como Stefan Bissegger e Jonas Abrahamsen podem tentar atacar e serem autênticos perigos.

*** Jasper Philipsen, Biniam Girmay, Wout van Aert
** Pascal Ackermann, Arnaud De Lie
* Mark Cavendish, Dylan Groenewegen, Marijn van den Berg, Alexander Kristoff, Fernando Gaviria, Sam Bennett, Ryan Gibbons

Escolha: Wout van Aert