Carlos Sastre aponta falhas em Tadej Pogacar: "Ele pedala de forma demasiado agressiva e gasta energia desnecessariamente. Quer ganhar demasiado"

Carlos Sastre, o vencedor da Volta à França de 2008, deu uma entrevista interessante ao Flashscore.es, na qual faz o balanço do Tour que ganhou e fala também do ciclismo atual e de ciclistas como Jonas Vingegaard, Tadej Pogacar, Sepp Kuss (com quem se compara) ou Primoz Roglic.

CARLOS SASTRE EM 2023.

"Estou a tentar aproveitar a vida o mais possível. Tenho uma pequena loja de bicicletas aqui em Ávila, a uma hora de carro de Madrid. Vivi aqui quase toda a minha vida e os meus pais são daqui. É uma vida tranquila, aproveito cada passeio de bicicleta".

LEGADO TRANQUILO DESDE QUE GANHOU O TOUR DE FRANCE.

"Estou feliz com os meus feitos, por isso não me importo se as pessoas falam muito de mim ou não. Sou uma pessoa que vive no presente e olha para o futuro. O passado é bom, mas eu não vivo no passado. Ganhei o Tour em 2008 e é sempre bom recordar isso. Mas isso é só para recordar e nada mais".

TOUR 2008

"Quando tive a oportunidade, estava preparado. Antes de começar o Tour, conhecia muito bem a corrida, conhecia muito bem os meus rivais. E tinha uma equipa muito forte que me apoiou do princípio ao fim. O diretor, Bjarne Riis, sabia que eu estava pronto para fazer algo especial este ano."

ESTRELAS HOJE.

"É difícil fazer comparações. Pogacar e Vingegaard são ciclistas muito jovens. No meu tempo, ganhávamos Grandes Voltas com 33 anos, o que representa uma diferença de quase 10 anos. Atualmente, os jovens ciclistas são muito fortes e estão bem preparados para a competição. Mas penso que cometem demasiados erros durante as corridas porque lhes falta experiência. Essa é talvez a grande diferença entre nós.

Antes, era um pouco mais calmo, esperávamos pelo momento perfeito para lançar um ataque. Pogacar, por exemplo, é espetacular, mas talvez por vezes seja demasiado agressivo e gaste energia desnecessariamente. Ele quer ganhar demasiado. Mas é ótimo para os espectadores."

COMPATAÇÕES A SEPP KUSS.

"Eu comparar-me-ia a Sepp Kuss. Se olharmos para Pogacar ou Vingegaard, são ciclistas capazes de ganhar tudo. Eu não sou assim. O Kuss é um bom trepador, não é mau no contrarrelógio e tem uma boa exibição nas classificações gerais.

Agora que ganhou a Volta à Espanha, todos dirão que Roglic e Vingegaard o ajudaram a ganhar. Eu digo que não. Foi o Kuss que sofreu todos os dias, que fez tudo o que podia e que ultrapassou as montanhas. E ganhou a Vuelta. Claro que os outros dois o apoiaram, mas ele apoiou-os quase sempre nos últimos anos".

OPINIÃO SOBRE O PRIMOZ ROGLIC.

"Roglic já tentou várias vezes no Tour. Na última Vuelta e no Giro mostrou que ainda tem muita força nas pernas. Vai ser difícil, porque Pogacar e Vingegaard são dois ciclistas fortes que se estão a preparar de forma excelente para o Tour e que têm feito a diferença nos últimos tempos. Mas seria bom se Roglic pudesse voltar à sua melhor forma e competir pela vitória."

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