Carlos Verona com dedicatória especial na hora da vitória da 15ª etapa do Giro: "Senti que tinha de dar tudo por ele"

A 15.ª etapa da Volta a Itália 2025 foi um verdadeiro carrossel de emoções. Enquanto Primoz Roglic desabava na luta pela geral, perdendo mais de um minuto e meio para os seus rivais diretos, Carlos Verona escreveu uma das mais emocionantes histórias da corrida ao conquistar a etapa em solitário e dedicar a vitória ao seu colega de equipa Giulio Ciccone, forçado a abandonar no dia anterior.

Num dia de perfil quebrado, Verona integrou uma segunda fuga do dia e mostrou-se o mais forte na subida de Dori, onde lançou o seu ataque decisivo. A partir daí, geriu com inteligência a vantagem até cortar a meta isolado, braços erguidos e visivelmente emocionado. Esta é a primeira vitória do espanhol numa Grande Volta e apenas a segunda da sua carreira profissional, numa jornada de consagração e homenagem.

"Hoje pedalei com o coração, por toda a equipa e sobretudo pelo Giulio, que trabalhou imenso para esta corrida. Sei o que ele sacrificou, e queria dar-lhe algo em troca", declarou o ciclista da Lidl-Trek, com palavras sentidas no final da etapa.

Verona confessou que não veio ao Giro com ambições pessoais, tendo assumido desde o início um papel de gregário para Ciccone na montanha e Mads Pedersen nas etapas para sprinters. Mas o abandono do seu líder italiano na véspera virou o plano da equipa do avesso, e abriu espaço para que o espanhol tivesse a sua oportunidade.

"Não esperava esta vitória. Vim com o objetivo de ajudar os meus líderes, mas quando perdemos o Ciccone, senti que tinha de dar tudo por ele. Tive pernas, a sorte de entrar na segunda fuga, e aproveitei. Era o meu dia."

O dia de Verona contrasta com a aflição vivida por Primoz Roglic, que foi claramente distanciado na última subida do dia, perdendo contacto com todos os seus rivais diretos e caindo para o 10.º lugar da geral, a quase 4 minutos de Isaac del Toro, que continua firme na Camisola Rosa.

Para a Lidl-Trek, esta vitória tem ainda um valor simbólico: é a sexta da equipa neste Giro, um feito notável que sublinha o sucesso de uma formação que tem dominado em todas as frentes da corrida.

Com mais montanhas no horizonte e Verona agora com liberdade para sonhar em novas fugas, o espanhol pode ter aberto um novo capítulo na sua carreira, ao mesmo tempo que honra a entrega e o espírito de equipa que marcaram a sua atuação nesta edição da Corsa Rosa.