Chefe da Movistar apela a mudanças drásticas: "Porque não permitir a substituição quando um ciclista é forçado a abandonar uma Grande Volta durante a primeira semana?"

Ciclismo
quinta-feira, 08 fevereiro 2024 a 13:32
eusebio unzue movistar
Eusebio Unzué, o patrão da Movistar Team, em declarações ao L'Equipe pouco antes do início de uma Volta à Colômbia, falou longamente sobre o futuro da modalidade, os seus planos de mudança e a razão pela qual uma potencial "Superliga" é uma proposta apelativa.
"Estamos a pensar no futuro da modalidade e estamos entre os que fazem reuniões. O ciclismo é o desporto mais imóvel neste momento, continuamos a fazer as coisas como fazíamos há quarenta anos, quando cheguei. Temos de humanizar as regras. Deixar de ser tão rude, tão excessivamente desumano", diz Unzue. "Todas as equipas se preparam com dez ou onze ciclistas, deixamos dois ou três em casa no último momento e, se um ciclista cai, não tem direito a qualquer solução...", continua a argumentar o diretor da equipa Movistar.
Unzué não compreende que, quando um ciclista cai numa corrida, não seja imediatamente assistido. "Hoje em dia, para um ciclista que cai poder voltar a sair no dia seguinte, às vezes tem de percorrer 60 ou 80 quilómetros com o pulso partido, porque só podem ir ser examinados quando já chegaram, depois de terem sofrido como um animal", explica. "Não podemos realmente humanizar isto? Se um ciclista cai, não é razão suficiente para ir a uma ambulância e ver se tem alguma fratura, e nesse caso pode voltar a sair no dia seguinte sem ter de terminar a etapa? Não vamos pedir, como no futebol, que se pare tudo enquanto os ciclistas recuperam. Mas temos de proteger a sua saúde. Mesmo que isso signifique reclassificar os ciclistas em causa no tempo do último, para que ninguém beneficie de uma queda, mas para evitar que sofram desnecessariamente".
"Por que não permitir a substituição quando um ciclista é forçado a abandonar uma Grande Volta durante a primeira semana?" questiona Unzue em jeito de conclusão, um tema vivido recentemente pela Movistar Team quando Enric Mas abandonou a Volta a França na etapa 1. "Todas as equipas preparam 10 a 12 ciclistas para uma Grande Volta, por isso ainda temos 2 ou 3 deles em casa".

🇪🇸 Eusebio Unzué, Movistar team manager 🗣️ "Why not allow substitutes when a rider is forced to abandon a Grand Tour during the first week? All teams prepare 10-12 riders for a Grand Tour, so you still got 2 or 3 of them at home." (L'Équipe)

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