Ciclista do World Tour sobre o doping no ciclismo: "Penso que somos um dos desportos mais limpos!"

O ciclista francês Nans Peter, atualmente na Decathlon AG2R La Mondiale e vencedor de uma etapa na Volta a França de 2020, foi questionado sobre o doping no ciclismo e deu um exemplo curioso com Lance Armstrong.

Em declarações à Radio France, o francês de Grenoble, que fará 31 anos no próximo dia 12 de março, não tem dúvidas de que o ciclismo é um dos desportos mais vigiados pelas autoridades de antidopagem:

"Para responder à questão da dopagem, espero que não haja dopagem. Depois disso (do escândalo de Armstrong)... não, é impossível. Em todo o caso, espero que seja muito limitado. Temos muitos controlos, mais do que em qualquer outro desporto, muita vigilância. Penso que somos um dos desportos mais limpos. Infelizmente, temos sido vítimas da reputação de desporto dopado".

Fala de uma nova estratégia generalizada para melhorar o desempenho que não tem nada a ver com doping, defende: "Penso que substituímos esta forma de dopagem, que tinha tudo a ver com o desempenho, pela otimização da aerodinâmica, do peso, da nutrição e do treino em altitude. Hoje em dia, é assim que se consegue o desempenho".

E dá um exemplo de como acredita que o ciclismo evoluiu em termos de materiais nos últimos anos, comparando o material que tem com o do início do século: "Amanhã, se eu fizer os mesmos watts numa bicicleta que o Lance Armstrong usava em 2000, subo o Alpe d'Huez cinco minutos mais devagar do que com a minha bicicleta atual. É uma diferença enorme".

É evidente que a evolução tecnológica do ciclismo é enorme, mas também era enorme nos anos 90 se a compararmos com a de 20 anos antes. A modalidade não para de evoluir em todos os aspetos e dizer que a melhoria da nutrição e dos materiais é algo desta época não é verdade. Quando Miguel Induráin lançou a famosa bicicleta "espada" para as provas de contrarrelógio nos anos 90, foi um grande salto. Tal como os capacetes e a mudança de materiais nas camisolas.