Isaac del Toro prepara-se para o maior teste da sua carreira à medida que o Giro 2025 entra na 3ª semana!

Ciclismo
domingo, 25 maio 2025 a 23:00
del toro ayuso
Com 15 etapas concluídas na Volta a Itália 2025, Isaac Del Toro continua firme na liderança da classificação geral, envergando a Camisola Rosa com uma consistência impressionante. O jovem mexicano, que disputa apenas a sua segunda Grande Volta, está a protagonizar uma ascensão surpreendente que entusiasma adeptos e analistas, mas que também coloca a UAE Team Emirates - XRG perante um delicado dilema táctico.
A liderança estava, à partida, destinada a Juan Ayuso, o espanhol de 21 anos que pretendia finalmente sair da sombra de Tadej Pogacar e afirmar-se como chefe de fila num Grande Giro. No entanto, à medida que a corrida avança, é Del Toro quem segura a vantagem, a camisola e, talvez mais importante, o ímpeto psicológico.
No topo do Monte Grappa, durante a 15.ª etapa, Del Toro voltou a mostrar que pertence à elite. Terminou integrado num grupo restrito com os principais candidatos à geral: Thymen Arensman, Egan Bernal, Derek Gee e Richard Carapaz. Contudo, o mexicano não correu de forma livre ou agressiva. Manteve-se controlado, marcando os movimentos com prudência, aparentemente mais focado em proteger a posição de Ayuso do que em explorar o seu próprio potencial.
Este comportamento levanta uma questão central para a Emirates: deve a equipa reavaliar a sua liderança e apostar decididamente em Del Toro, que já veste a Camisola Rosa? Ou deve continuar a proteger Ayuso, o líder designado desde o início da prova?
Atualmente, Del Toro lidera com 1:20 de vantagem sobre Simon Yates, da Visma | Lease a Bike, enquanto Ayuso ocupa o terceiro lugar, a 1:26 do seu colega de equipa. Que Del Toro esteja a fazer uma boa corrida não surpreende, dada a sua projeção como talento emergente, mas tê-lo à frente de Ayuso é algo que ninguém esperava.
Para Michael Boogerd, ex-profissional e analista da Eurosport, a equipa enfrenta agora um equilíbrio muito frágil, precisamente na antecâmara da semana mais exigente da corrida. “Seria estranho se dissessem a Del Toro que ele não pode vencer o Giro”, afirmou. “Ayuso deve apenas seguir, ir com os que atacam e ver se Del Toro cede. Não fica bem se ele próprio atacar o camisola rosa.”
Boogerd também sublinhou o respeito que Del Toro continua a demonstrar por Ayuso, mesmo liderando a geral: “Eles sentem-no bem, mas a equipa também está a ver como ele está a correr. E sabem que ele está em grande forma”, destacou.
“É provável que as hierarquias tenham sido ligeiramente alteradas. Mas notou-se que a UAE começou a dar mais liberdade a Del Toro. Nota-se que ele ainda é um pouco inexperiente nesta posição e que tem muito respeito por Ayuso. Ele fez quase tudo sozinho até aqui, raramente precisou de ajuda da equipa.”
Boogerd alerta, contudo, que o tempo para hesitações pode já ter passado. Com a vitória final em jogo, a Emirates deve considerar dar liberdade total a Del Toro. “Imagina que chegas à terça-feira à frente de Simon Yates e com boas pernas. Então ele só tem de ir. Ele também tem de garantir essa vitória. E parece-me que é capaz disso.”
Primoz Roglic esteve em dificuldades durante a 15ª etapa da Volta a Itália
Primoz Roglic esteve em dificuldades durante a 15ª etapa da Volta a Itália

UAE deve aproveitar fraqueza de Roglic

Enquanto a UAE gere questões internas, um dos seus principais adversários na luta pela geral vive momentos de vulnerabilidade. Primoz Roglic, líder da Red Bull - BORA - hansgrohe, teve um dia desastroso na 15.ª etapa, perdendo 90 segundos e deixando no ar dúvidas sobre o seu real estado físico.
“Ele estava destroçado, ou algo se passa”, comentou Boogerd. “É surpreendente que ele tenha cedido assim, porque a última subida não era particularmente exigente. Era longa, sim, mas pouco inclinada.”
“Ou está doente, ou foi simplesmente um dia mau. Mas não é normal ver Roglic ceder daquela forma”, acrescentou.
Com a liderança em disputa e rivais em crise, a UAE Team Emirates terá de decidir em breve quem será o seu verdadeiro capitão. A margem de manobra é curta e as montanhas não perdoam hesitações.
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