Jan Tratnik partilha histórico de anorexia e bulimia: "Não conseguia aguentar a fome"

Jan Tratnik é um dos melhores ciclistas do pelotão atualmente, um grande domestique mas também um ciclista muito bem sucedido por conta própria. No entanto, este é o resultado de uma longa carreira e admite que nos primeiros anos sofreu de distúrbios alimentares e esteve perto de abandonar o desporto.

Foi um início de carreira muito interessante, dois anos em equipas continentais, depois um ano na Quick-Step, depois mais cinco de volta ao nível continental. Provavelmente nas épocas de 2010 ou 2011, com a Radenska ou mesmo com a Quick-Step, admite que entrou num ciclo vicioso de distúrbios alimentares.

"Fizemos alguns testes e quando vimos os meus watts por quilo, alguém sugeriu que se eu perdesse mais dois quilos poderia ser muito, muito bom nas subidas, por isso dei-lhes ouvidos", disse o esloveno em palavras ao CyclingWeekly. "A verdade é que eu não tinha muita gordura, por isso foi muito difícil perder esse peso. Foi assim que começou, porque eu não sabia o que fazer."

É um problema ainda existente no ciclismo atual, mas mais ainda neste período negro do ciclismo, após décadas de escândalos de doping. Especialmente para aqueles que queriam ter um bom desempenho nas subidas, havia uma procura de perda de peso a níveis extremos, incluindo a falta de nutrição - algo impensável no desporto atualmente.

"Reduzi a minha alimentação a quase nada para perder aqueles dois quilos a mais, mas foi muito difícil porque estava a perder músculo", diz ele. "Tinha fome a toda a hora, estava esfomeado. Estava a comer talvez uma ou duas refeições por dia, mas apenas pequenas quantidades."

A falta de alimentação também levou a que, por vezes, comesse demais e se obrigasse a vomitar para não ganhar peso com isso. "Não conseguia aguentar a fome, por isso, passava-me e comia demasiado. Ter medo de ganhar peso... Era uma bolha da qual não conseguia escapar".

Leia também

Jan Tratnik vê o projeto Red Bull - BORA - hansgrohe a ganhar força: "Aqui há muita energia no ar, mais do que havia na Visma".

Rolf Aldag sobre a transferência "negligenciada" que pode ser fundamental para a Red Bull - BORA - hansgrohe: "Adoro-o... Ele desempenha um papel importante na estrada"