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Volta à Romandia Feminina 2025 começou envolta em polémica, com seis equipas do World Tour afastadas logo na jornada inaugural:
Team Visma | Lease a Bike, AG Insurance-Soudal, EF-Oatly-Cannondale, Canyon//SRAM, Team Picnic PostNL e Lidl-Trek foram desclassificadas pela
UCI, devido a um diferendo relacionado com a implementação de um novo sistema de localização por GPS.
Num comunicado, a organização expressou a sua insatisfação com o desfecho:
Consideramos lamentável e infeliz, para dizer o mínimo, que não tenha sido possível encontrar uma solução positiva.
A decisão teve impacto directo no aspeto desportivo da corrida, afetando igualmente a preparação das provas seguintes e prejudicando ciclistas, adeptos e todos os envolvidos na Volta à Romandia Feminina.
O sistema de GPS em causa estava a ser testado em tempo real, como parte de uma iniciativa de reforço da segurança após vários incidentes fatais no ciclismo, incluindo a morte de Muriel Furrier nos Campeonatos do Mundo de Zurique do ano passado, quando se despistou numa zona florestal e demorou muito tempo a ser encontrada.
As equipas foram informadas de que teriam de instalar os dispositivos nas suas bicicletas e assumir total responsabilidade por eventuais perdas ou danos durante acidentes ou outros incidentes. A recusa em aceitar estas condições deixou a UCI sem margem para compromissos, conduzindo a uma decisão que deixou a prova com um pelotão reduzido e um ambiente marcado pela tensão.
Jonathan Vaughters criticou fortemente a abordagem da UCI: “Utilizar uma prova do World Tour como campo de ensaio está errado. Além disso, uma vez que se optou por impor a sua vontade, recusar-se a selecionar os ciclistas que vão ser vítimas e atirar essa decisão para as equipas? Não é correto. E depois desqualificar as equipas por não escolherem a vítima?”
Em resposta, a UCI defendeu a sua posição:
“A Union Cycliste Internationale (UCI) lamenta que algumas equipas da lista de partida da Volta à Romandia Feminina tenham recusado cumprir as regras da corrida relacionadas com a implementação de localizadores GPS como teste para um novo sistema de segurança.”
“A decisão destas equipas de se oporem às regras específicas do evento é surpreendente e compromete os esforços da família do ciclismo para garantir a segurança de todos os ciclistas de estrada através do desenvolvimento desta nova tecnologia. É deplorável testemunhar a recusa de certas equipas em avançar em conjunto para proteger a segurança dos ciclistas e a UCI condena a sua não cooperação.”