A organização da corrida já tinha dado a entender antes da Strade Bianche: querem ser um monumento e é por isso que foi acrescentada uma volta suplementar de trinta quilómetros, elevando o total para mais de 200 quilómetros, uma decisão que foi bastante discutível. Tadej Pogacar partiu do Monte Sante Marie e estava minutos à frente do resto do pelotão. Laurens ten Dam e Stefan Bolt partilham os seus pensamentos no podcast Live Slow Ride Fast.
"Todos os monumentos têm 260 quilómetros ou mais. Mas, muitas vezes, na Flandres ou em Roubaix, os primeiros 100 quilómetros são feitos em cimento ou em asfalto", afirma Ten Dam.
"Se fizerem esta corrida de 260, acho que só seis pessoas terminam", diz Bolt em tom de brincadeira. Isto tendo em conta que a Strade Bianche está à procura de faixas não pavimentadas desde o início, pelo que não há tempo para aquecer. "A primeira faixa já está aos dez quilómetros".
A extensão da competição apenas com o objetivo de lhe atribuir o estatuto de "Monumento" não é, por conseguinte, uma boa ideia, consideram os analistas. Não viram necessariamente um desempenho monumental, exceto, claro, a viagem a solo de Pogacar. "É uma pena que Van der Poel, Van Aert e Roglic não tenham começado. Aí, a sensação que se tem desta corrida é completamente diferente."