Lucas Lopes, um reforço de peso para a Rádio Popular - Boavista: "Pensei que ia dar o salto para o World Tour"

Ciclismo
quarta-feira, 18 dezembro 2024 a 12:14
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Lucas Lopes tem 21 anos e chega à Rádio Popular - Paredes - Boavista vindo da equipa espanhola Supermercados Froiz. O jovem da Povoa de Varzim fez uma temporada de 2024 ao mais alto nível, vencendo a classificação geral da Volta a Salamanca, 2º à Geral na Volta à Galiza, 1º no Gran Premio Concello De Porriño, 6º na Bidasoa Itzulia, 7º na Volta a Portugal do Futuro e 12º lugar no Tour de l'Avenir ( Volta a França do Futuro) e na Volta à Extremadura. Nos campeonatos nacionais de Sub-23 tornou-se vice campeão nacional na corrida de estrada e fez 4º lugar na prova de contrarrelógio individual. 

É um cartão de visita que mostra resultados de respeito e que deixaram Lucas a pensar dar o salto. "Terminei o ano com expectativas de dar o salto para o World Tour, não sei se eram expectativas a mais, mas foram semanas de incerteza. Apareceu a Rádio Popular-Paredes-Boavista e estou contente com o salto que dei. Vou ter mais motivação para treinar e fazer as coisas direitinhas. A equipa foi muito aberta, disse para trabalhar no inverno e começar bem a época. Gostava muito de me estrear na Volta a Portugal, mas não é objetivo a curto prazo. Se tiver a possibilidade de a fazer ficarei muito feliz, isto se não coincidir com a Volta a França do Futuro"

No Tour de l'Avenir, ou Volta à França do Futuro, Lucas revelou ao Top Cycling que foi de menos a mais, pois as apostas iniciais do selecionador passavam por nomes com mais estatuto dentro da equipa nacional. "Estava previsto trabalharmos para o António (Morgado ed.) e para o Gonçalo Tavares, mas com o decorrer dos dias o selecionador teve que alterar o plano. O ambiente é bom no grupo, somos unidos e isso ajuda muito. Sabia que a minha mais valia era a alta montanha, além disso recupero bem dia a dia como percebi após a Volta à França do Futuro em 2023", disse.

Lucas Lopes foi 12º na Volta à França do Futuro

Continuando a falar sobre o Tour de l'Avenir não deixou de recordar a ultima etapa da corrida que terminava no alto do Colle delle Finestre, uma subida conhecida pela sua dureza e extensão: 18,2 km a 9,3% "Iniciei a época com o mesmo peso da Volta a França do Futuro (60 kg). No trabalho com o Francis Cabello, que trabalha com o Cristian Rodriguez da Arkea, não me foquei na perda de peso porque tinha medo de perder potência. No Colle delle Finestre descolei logo aos 2 km quando ia nos 330-340 watts, não houve ataques, o ritmo era muito forte. Levantei pé para tentar manter 300 watts e sempre que via alguém à frente aumentava e quando fechava o espaço voltava aos 300". Lucas Lopes cortaria a meta 8 minutos

Nesse dia Lucas Lopes cortaria a meta 8 minutos depois do vencedor da etapa, Pablo Torres, que para o ano correrá na UAE Team Emirates, e que fez uma subida tremenda, fazendo a que é considerada maior exibição de um sub-23 em alta montanha: 6,04 W/kg durante 60:45m, o equivalente a 6,34 W/kg "Para um jovem de 18 anos são números espetaculares. Após sete dias de competição e numa subida com 18 km fazer esses números é incrível. Tem boas pernas, bom motor e pode ser um futuro campeão de grandes Voltas. Conhecia também o Jarno Widar e nunca pensei que o Joe Blackmore conseguisse ganhar. Tinha estas referências da Taça das Nações porque no calendário espanhol não coincidi com nenhum. O nível é diferente, é um pelotão do WorldTour, mas em Espanha não se anda muito menos

Refectindo sobre que foi a sua época de 2024, faz um balanço bastante positivo "O objetivo era fazer uma boa Volta à França do Futuro e acabei por andar bem o ano todo. Cheguei sem pressão, confiante no trabalho feito e o 12.º lugar foi um excelente resultado para mim e para Portugal. Sinto-me feliz e motivado para fazer ainda melhor no próximo ano e isso passa por fazer top 10. Há margem para melhorar: vou passar a ter mais dias de competição, correr corridas mais duras, com profissionais e posso tentar ajustar alguns treinos. Quero chegar ao World Tour, é o sonho de qualquer ciclista competir no patamar mais alto”, concluiu.

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