Luis Angel Maté venceu as duas ultimas chegadas à cidade da Guarda da Volta a Portugal em bicicleta em 2023 e 2024. Agora com 40 anos de idade o "Lince Andaluz" pendurou a bicicleta depois de uma longa carreira profissional
Maté marcou presença por seis vezes na Volta a França e onze na Volta a Espanha. Representou equipas como a Cofidis e a Euskaltel-Euskadi, onde tinha um papel fundamental e era visto como um dos mentores e capitães de estrada da equipa. Este ano após vencer a etapa da Guarda pelo segundo ano consecutivo, disse que "talvez volte para o ano", mostrando que para além da cidade "apresentar as características ideais, tanto climatéricas como de relevo" para as suas características enquanto ciclista, também se apaixonou pela cidade.
Em conversa com a TSF o espanhol referiu nutrir "um grande carinho pela cidade mais alta do país" deixando a promessa de que irá voltar. "É um sítio ao qual voltarei brevemente para pedalar, de certeza."
Espanha conta com quatro equipas nos dois escalões mais altos do ciclismo, 1 no World Tour e 3 Pro Teams, ao invés de Portugal que não tem nenhuma equipa a representar o ciclismo Luso. Segundo Maté em Espanha dão prioridade aos atletas da casa " escolhem ciclistas espanhóis preferencialmente", referindo o Lince que era fulcral para o ciclismo nacional dar o salto "era muito importante que houvesse uma equipa forte em Portugal preparada para fazer o calendário internacional, de forma a dar saída a todo o talento que há no país".
António Morgado, João Almeida e os irmãos Ivo e Rui Oliveira são os exemplos que deu. "A maioria opta por emigrar". Rui Oliveira e Iuri Leitão ganharam o Ouro Olímpico em Paris. "A conquista veio pôr o ciclismo português onde merece. Agora é esperar que os meios de comunicação social e as pessoas, em geral, deem conta que Portugal é um país que pode ser uma grande potência a nível mundial", vaticina.
Portugal tem sido noticia pelos casos de suspeitas de doping e anomalias em passaportes biológicos, mas o andaluz é da opinião que "o ciclismo goza de boa saúde, fruto dos grandes sacrifícios feitos para limpar a imagem da modalidade. Já levamos muitos anos como o desporto que mais controlo faz. Creio que, se há um desporto que pode ser uma referência na luta contra a dopagem, é o ciclismo (...) Acho que agora temos um desporto mais limpo do que acontecia há umas décadas", concluiu.