Joxeán Fernández Matxín, diretor da UAE Team Emirates, esteve ontem nos microfones da Partidazo de Cope para falar de Tadej Pogacar e do que está a conseguir na Volta a Itália, em particular, e na sua incrível carreira de ciclista, em geral.
"Faço isto há 30 anos e ele é o mais impressionante em todos os sentidos que já conheci e que alguma vez conhecerei. Tadej move massas e o que vou dizer pode parecer anormal, mas ele é uma pessoa normal", Matxín deixou claro sobre a sua transcendência.
Sobre o tipo de pessoa que é no seio da equipa, sempre só positivo: "Pede-nos as coisas por favor e agradece-nos sempre. Não é um campeão, é um líder. Está sempre atento aos seus colegas de equipa. Quando alguém quer fazer algo de bom para ele, pede-lhe que faça o mesmo para o resto da equipa".
O pormenor com Pellizzari de lhe dar os óculos e a camisola não passou despercebido. O diretor da Emirates comentou com Juanma Castaño que a sua voracidade não faz dele um mau rapaz.
"As pessoas podem pensar que ele é um tirano, um canibal, que quer ganhar tudo, mas nós somos pagos para ganhar e dar é algo que não entendo, acho que ninguém no futebol dá jogos, ele mudou o conceito do facto de ganhar mais uma etapa para o facto de Pellizzari lhe ter pedido os óculos como um detalhe e lhe ter dado a camisola, algo que ele nunca faz".
PENSANDO NA TOUR?
Sobre se está a pensar na Volta a França, uma reflexão curiosa. Matxín deixa claro que no Giro só está a pensar no Giro, mas que poderia estar a fazer esforços maiores e que têm tudo calculado para que (se tudo continuar como planeado até agora) possa gastar o que planeou na corsa rosa e chegar com garantias à Grande Boucle.
"Ele está a abrandar. Se analisarmos um pouco, na Strade Bianche ele atacou a 81 km do fim. Está à espera porque os colegas de equipa estão a fazer um excelente trabalho, ontem Majka e ele estiveram sozinhos até ao fim. Começámos com um plano e mantemo-nos fiéis a ele: começar a ganhar e depois fazer com que a equipa controle a corrida para que ele gaste o mínimo possível. Começámos com um olho no Tour, mas assim que o Giro começou já não o fizemos. Mas não queremos gastar tudo. Claro que não queremos gastar tudo, queremos chegar ao Tour com pernas. De qualquer forma, ainda há muitas corridas pela frente e temos de respeitar os nossos rivais".
Mas, para já, não quer ouvir falar de um triplete: "Opção da Volta a Espanha? De momento, isso está fora de questão".
Um aspeto que talvez não saibamos sobre Tadej Pogacar é que ele está ciente de todos os dados e recordes que pode quebrar.
"Em Liège, sabíamos que ele tinha de terminar pelo menos em sétimo lugar para continuar a ser o número um do mundo no ranking, ele sabe que pode empatar com Roglic em número de vitórias em Grandes Voltas, está ciente de tudo isso, tem uma grande capacidade dentro e fora da estrada."
Termina explicando o plano que têm entre o Giro e o Tour: "Estará em casa até ao dia 1, depois, no dia 2, em Isola 2000, numa concentração a grande altitude até ao dia 28, onde se preparará para a Volta a França".