Aos 26 anos,
Tadej Pogacar já se tornou uma lenda, mas ainda lhe faltam alguns passos para poder comparar o seu palmarés em Grandes Voltas com o de
Alberto Contador, sete vezes (alguns diriam nove) campeão. E é o espanhol que deseja ver coisas incríveis do fenómeno esloveno. Por exemplo, que Pogacar se torne o primeiro ciclista a conseguir as três vitórias em Grandes Voltas no mesmo ano:
Volta a Itália,
Volta a França e
Volta a Espanha, um feito nunca antes visto.
"Se ele ganhar o Giro e o Tour, no lugar dele tentaria ganhar a Vuelta.", disse Contador à GCN, traçando o paralelismo entre Pogacar e a sua própria carreira, apontando a época de 2015 em que ganhou o Giro mas não conseguiu completar a dobradinha no Tour.
"Se em 2015 tivesse vencido o Giro e depois tivesse ganho o Tour, teria ido à Vuelta. Não ganhei o Tour e não fui à Vuelta, mas o Tadej tem uma boa oportunidade para o fazer, porque é muito difícil ganhar. Mas ele é jovem e talvez daqui a três anos chegue outro ciclista que seja muito forte e ele não o consiga fazer".
Quando lhe perguntaram como é que Contador se sairia no auge contra Pogačar num frente a frente, o homem de 41 anos sorriu. "2014 na Volta a França, com certeza", disse ele em relação ao seu próprio pico, depois de GCN ter assumido que iria para 2009, quando ganhou a sua segunda Volta a França.
Ele explica a sua escolha do ano em que nem sequer chegou à última semana, quanto mais a Paris. "Eu estava a voar, mas no ciclismo podemos ter uma queda. Depois do Tour, recuperei e ganhei a Vuelta, mas lembro-me que no Dauphiné desse ano estava muito, muito forte."
"Mas eu e o Tadej somos ciclistas muito diferentes. Na minha opinião, sou mais parecido com o Jonas Vingegaard, porque ele é mais trepador, como eu, e eu sou mais trepador do que o Tadej. Ele tem um grande, grande motor e tem classe, e consegue passar as altas montanhas sem problemas, mas não é um verdadeiro trepador. Somos ciclistas diferentes. Mas é como dizer se eu podia ficar com Eddy Merckx. Cada momento do desporto é diferente e nós não sabemos", acrescentou Contador.