Na Visma respira-se confiança antes do Tour: "Não tenho qualquer razão para duvidar de que podemos voltar a ganhar a Amarela"

A Volta a França de 2025 perfila-se novamente como palco do grande duelo contemporâneo do ciclismo: Tadej Pogacar frente a Jonas Vingegaard. Com os dois rivais a trilharem percursos distintos até julho, o favoritismo recai inevitavelmente sobre o fenómeno esloveno, vencedor das duas últimas Grandes Voltas em que participou. Ainda assim, na estrutura da Team Visma | Lease a Bike reina a convicção de que Vingegaard continua a ser o homem certo para reconquistar a Camisola Amarela.

“Talvez se possa dizer que Pogacar é melhor em percursos ao estilo da Volta à Flandres, mas isto é uma corrida de três semanas. Do nosso ponto de vista, o Jonas é superior nesse tipo de exigência”, sublinhou Richard Plugge, diretor da formação neerlandesa, em entrevista à Wielerflits. Para o responsável máximo da equipa, o dinamarquês apresenta melhores indicadores fisiológicos quando se trata de gerir o desgaste prolongado de uma Grande Volta. “Está mais apto a lidar com a acumulação de fadiga, por exemplo.”

No entanto, a consistência e o brilho de Pogacar em 2024 e 2025 não podem ser ignorados. Entre triunfos na Volta à Flandres, Paris-Roubaix e Liège-Bastogne-Liège, o esloveno conquistou a Volta a Espanha no outono passado e, este ano, lidera a Volta a Itália com autoridade. Soma doze vitórias de etapa nas últimas duas Grandes Voltas e já veste a Camisola Arco-Íris, consolidando o estatuto de ciclista mais dominante do pelotão atual.

Mesmo assim, Plugge não hesita em relativizar o desfecho da Volta a França de 2024. “Devido às circunstâncias, o Jonas esteve claramente abaixo na última semana do ano passado”, relembra, referindo-se ao grave acidente sofrido no País Basco, que afetou de forma significativa a sua preparação.

O dirigente reconhece os progressos da UAE Team Emirates - XRG, sobretudo após o célebre contrarrelógio de Combloux em 2023, mas acredita que a Visma também evoluiu desde então. “Estamos focados em nós próprios, na forma como podemos melhorar o nosso desempenho. Em comparação com o ano passado, demos mais um grande passo nesse sentido.”

Apesar das ausências e da fragilidade demonstrada no regresso da queda, Vingegaard ainda assim conseguiu discutir a edição anterior da Volta até às últimas etapas. “O Jonas ganhou minutos ao Pogacar dois anos consecutivos. No ano passado, mesmo com um início muito fraco e um final complicado em termos físicos, foi um adversário de topo até ao fim. Ele continua a evoluir.”

Para Plugge, o objetivo permanece claro: vencer novamente. “Não tenho qualquer razão para duvidar de que podemos voltar a ganhar a Amarela”, concluiu.