Durante toda a
Volta a Itália de 2025,
Simon Yates, líder da
Team Visma | Lease a Bike, seguiu uma estratégia discreta, deixando que os rivais assumissem o protagonismo. Pelo menos até à 20.ª etapa, onde atacou e fez uma corrida memorável no Colle delle Finestre, conquistando a Camisola Rosa e assegurando o segundo triunfo em Grandes Voltas da sua carreira.
Embora essa postura de invisibilidade fizesse parte do plano delineado, o diretor desportivo da Visma, Jesper Morkov, confessou no podcast
Café Eddy que até dentro da equipa a discrição de Yates causou surpresa. Nem o rádio da corrida escapou à situação, alimentando ainda mais a motivação do britânico.
Simon Yates abre o champanhe após vestir a Rosa na estapa do Colle delle Finestre
"No Radio Tour, quando se agrupam os ciclistas dizem 'este é o grupo de Roglic' por exemplo. Nunca mencionaram o nome do Simon Yates. Nem por uma vez", começou por relatar Morkov. "E isto quando já estava em terceiro lugar na geral. Era engraçado como é que ele era invisível. Foi completamente surreal."
Como recordou Morkov, só na derradeira semana Yates começou a captar a atenção dos especialistas e dos adeptos. "Só começaram a falar dele no final, mas até meio da última semana era como se o Simon não existisse", continuou, revelando que a situação acabou por se tornar numa brincadeira entre os diretores desportivos da equipa. "Entre nós dizíamos: 'O Simon está aqui?'"
Tudo mudou quando protagonizou o ataque na subida do Colle delle Finestre. "Pensámos, 'Muito bem, isto pode mesmo jogar a nosso favor'. Eles estão focados apenas um no outro", comentou Morkov, referindo-se às tácticas dos rivais directos de Yates, Isaac Del Toro e Richard Carapaz.
Com os adversários a desgastarem-se mutuamente, Yates soube escolher o momento perfeito para atacar, cavando um fosso decisivo. "Eles continuavam a atacar-se, e o Simon pôde esperar pelo instante certo para lançar o golpe final", concluiu Morkov.