Nuno Ribeiro atira-se a Adriano Quintanilha em Tribunal: "Era um ditador e mestre da manipulação. O ambiente era infernal"

Ciclismo
terça-feira, 19 novembro 2024 a 00:27
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O julgamento do caso "Prova Limpa" conheceu hoje mais um capitulo, quando o ex director desportivo da W52-FC Porto, Nuno Ribeiro, foi ouvido na audiência desta segunda-feira, realizada num pavilhão anexo ao Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.
Nuno Ribeiro pediu para prestar declarações na ausência de todos os arguidos, alegando ter sofrido imensas pressões e ameaças por parte Adriano Quintanilha, referindo que Quintanilha já o abordou no passado por três vezes para que "assumisse a culpa toda" a troco de 2 mil euros mensais durante dois anos. Nuno Ribeiro leu inicialmente uma declaração antes de prestar as declarações onde diz "Não me senti um criminoso. Fui um fraco por ceder. Devia ter dito não e não (doping ed.) Sinto-me triste e arrependido. Sei o quanto errei e peço desculpa à sociedade, a todos, mas sobretudo aos meus atletas”, disse de forma emocionada.
Citado pela agencia Lusa, o antigo dirigente afirmou "Nunca tive dinheiro para o doping, nem instiguei ao uso do doping. Foi e sempre o senhor Adriano que o fez. O senhor Adriano gastava milhares de euros a patrocinar essas práticas dopantes" antes de se dirigir a Adriano Quintanilha "ele era um ditador e mestre da manipulação. O do quero, posso, mando e pago. Ele sabia de tudo, queria ganhar a todo o custo e dizia: ‘pago para ganhar e ganho’. Atirava isso à cara dos ciclistas e ameaçava. O ambiente era infernal", disse.
O antigo diretor desportivo da W52-FC Porto assumiu que era normal o doping na equipa de ciclismo, mas garante nunca incentivou o seu uso e que era Adriano Quintanilha que incentivava, promovia e custeava a prática do doping. Referiu que o patrão da W52-FC Porto "pagava um valor extra mensal aos ciclistas" para que comprassem as substâncias e que a estratégia adoptada para "mascarar esses pagamentos passava por ajudas de custo fictícias", como pagamento de refeições ou quilometros.
Após ter referido este esquema, a defesa fez um requerimento ao tribunal para que fosse feito o levantamento do sigilo bancário de uma conta da A.C. Várzea Clube de Ciclismo, o clube se Sobrado que era patrocinado pela empresa de Quintanilha.
Com este testemunho, levantasse um pouco mais do véu de quem alegadamente sempre afirmou não saber o que se estaria a passar. Afinal, Adriano Quintanilha passou de presumível inocente para alegadamente cabecilha do esquema de doping e terá de responder a muitas perguntas que permaneciam sem resposta.  
* Foto: Lusa

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