O homem da Visma está de volta, com um top-10 no Tour Down Under: "O ano passado falhei em termos de micro acelerações"

Ciclismo
terça-feira, 28 janeiro 2025 a 16:28
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Depois de ter passado quase um ano sem andar de bicicleta na sequência de um acidente durante um treino, Thomas Gloag apenas disputou duas corridas na época de 2024. Logo após o seu regresso, o ciclista da Team Visma | Lease a Bike conquistou a sua primeira vitória profissional na 3ª etapa da Volta à Chéquia. "No início da minha recuperação, as pessoas perguntavam-me sempre: quando é que tencionas voltar ao pelotão? Penso que essa era uma pergunta errada, porque ir a uma corrida é uma coisa, ser competitivo numa corrida é uma coisa completamente diferente", explica à Rouleur. "Fui ao Giro de 2023 e não fui competitivo. Antes de ir à República Checa, sabia que estava bem, mas o ano passado falhei um bocado em termos de micro acelerações. Isso é algo que irá acontecer naturalmente quando eu conseguir fazer mais corridas".

Em 2025 os objectivos de Gloag são bastante claros: fazer uma época de corridas completa e se possível sem lesões. "Este ano tenho um objetivo muito aborrecido, mas adoraria fazer 50 ou 60 dias de corrida. Sinto que uma das grandes vantagens de passar de não conseguir andar, até aprender a ganhar uma corrida de ciclismo profissional pela primeira vez, reside no facto de nos compreendermos a nós próprios", afirma Gloag. "Penso que no meu primeiro ano na equipa estava bastante inseguro, rodeado de muitos ciclistas muito bons. Vim de uma pequena equipa continental para uma que tem o vencedor da Volta a França e da Volta a Itália. Foi muito difícil de me entrosar. O facto de ter conseguido recuperar da minha queda e ganhar uma etapa ajudou-me a ganhar mais confiança interior".

"Sou alguém que teve um pouco de sorte para ocupar a posição em que me encontro. Não é que eu tenha tido, desde muito novo, uma vontade enorme de me tornar ciclista profissional. É óbvio que é algo de que gosto muito, mas encontro-me aqui mais por acaso e também por pura vontade", continua. "É claro que se pode sonhar alto. Provavelmente o meu maior erro antes de ser atropelado por um carro, quando estava no meu primeiro ano de profissional, foi sonhar demasiado alto e não saber quando recuar. Quando começamos a ganhar essa confiança e a senti-la dentro de nós, não procuramos a aprovação de pessoas como o nosso treinador ou a equipa. Na Visma toda a gente é muito profissional e tem uma enorme motivação interior. Por vezes isso até pode ser exagerado, é um equilíbrio estranho. Acho que o encontrei este ano".

Gloag nunca ponderou terminar a sua carreira após o acidente. "Acho que estava a delirar um bocado, porque me convenci de que ia sempre voltar. Nem sequer considerei a possibilidade de isso não ser possível", admite. "Tenho muita sorte de não ter tido essa conversa comigo mesmo, porque acho que é um caminho bastante escorregadio e não o queremos descer. Temos de viver cada momento. A perspectiva que ganhei com a queda é que gosto muito de competir. Estou muito grato por o fazer e por terminar as corridas em segurança."

Tal como demonstrado pelo seu desempenho no Tour Down Under, Gloag ainda tem muito para mostrar na sua carreira. "Para mim ser competitivo significa apenas ser capaz de ajudar uma equipa a vencer. Não tenho muita experiência, por isso não posso fazer um trabalho fantástico nas primeiras partes duma corrida para os rapazes, por isso tenho de compensar um pouco com o meu nível para ajudar a equipa a ganhar", explica. "Há muitos homens muito fortes na Visma, mas é fácil demasiado fácil complicar as coisas . Se apareceres e tiveres um nível competitivo, poderás sempre ser uma mais-valia para uma equipa."

"Toda a gente está sempre à procura de fazer cada vez melhor, mas eu estou contente com o nível em que estou agora. Quero fazer mais do mesmo e ir subindo degrau a degrau. É um desporto difícil, mas estou contente com o meu nível. Gostaria de continuar assim", concluiu Gloag.

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