Patrick Lefevere confessa que quis contratar António Morgado para a Soudal: "O que determina a escolha dos ciclistas é o dinheiro"

Ciclismo
domingo, 06 outubro 2024 a 18:35
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Durante muitos anos falou-se no dinheiro que abundava no pelotão na equipa SKY e agora podemos ver o mesmo na UAE Team Emirates. O patrão da Soudal- Quick-Step, Patrick Lefevere, foi eloquente ao falar da forma como a equipa do Emirados Árabes Unidos usam os recursos que têm ao seu dispôr.
O belga explicou que a UAE não só tem os recursos, como também os sabe investir. "É claro que o dinheiro faz parte do poder actual que eles têm, não é nenhum segredo que os domestiques deles seriam líderes noutras equipas", disse Lefevere na sua coluna no Het Nieuwsblad. "Mas não quero minimizar o sucesso deles, poruqe a equipa deles está cheia de jovens", continuou ele.
Recentemente a UAE Team Emirates bateu um recorde antigo que pertencia à Mapei de Lefevere, ultrapassando as 19 vitórias conquistadas por ciclistas diferentes numa época. A equipa de Joxean Matxin fê-lo com 20. "A lista de 20 vencedores inclui jovens como o Del Toro, o Christen ou o Morgado. Eles também têm o Pogacar, o maior talento deles, mas é um facto que investem muito na formação", disse.
Patrick Lefevere confessa que quis contratar António Morgado
Patrick Lefevere confessa que quis contratar António Morgado
"Isso torna tudo muito difícil para as restantes equipas. Não estou a mentir quando digo que esses jovens estavam no radar de outras equipas. Matxin é um bom prospector de jovens, mas o Johan Molly também o é. Por exemplo, já tínhamos falado com o Morgado, o Christen estava praticamente fechado pelos irmãos Roodhooft (Alpecin) e conhecíamos o Pogacar ou o Bjerg", disse ele.
"Não conseguimos nenhum deles devido a questões orçamentais. Podes ter o melhor ambiente e uma óptima equipa, mas esse já não é mais o ponto chave para eles tomarem decisões. O que determina a escolha dos ciclistas é o dinheiro", disse Lefevere.
"Não devemos ser ingênuos. Se uma família tem 70 mil euros no banco e recebe uma proposta para multiplicar isso com o filho de 16 anos, é lógico que aceite. Eu entendo, mas ao mesmo tempo é uma pena que a ideia romântica de descobrir jovens talentos se tenha perdido", concluiu.

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