Patrick Lefevere considera a experiência de corridas sem auriculares "ridícula e sintomática da falta de união que ainda existe no pelotão"

A UCI está a experimentar correr sem auriculares na Volta à Polónia e a iniciativa tem gerado muita controvérsia. Richard Plugge e David Lappartient, Presidente da UCI, já estavam a discutir o assunto nas redes sociais, com muitos outros nomes proeminentes do mundo do ciclismo a tomar partido (principalmente em apoio a Plugge) nas suas reações. O diretor da Soudal - Quick-Step, Patrick Lefevere, também partilhou a sua opinião sobre o assunto, apelidando a experiência de "completamente ridícula e sintomática".

Lefevere juntou-se à discussão na sua coluna do Het Nieuwsblad. "Gostaria de concluir a minha coluna com a minha opinião sobre a discussão em torno dos auriculares na Polónia. Como se sabe, a associação de ciclismo está a fazer uma experiência: apenas dois ciclistas por equipa podem estar em contacto via rádio com o veículo de apoio. Se estou bem informado, não houve auriculares nas últimas etapas".

"Considero esta medida completamente ridícula e sintomática da falta de união que ainda existe no pelotão", refere, referindo-se às muitas queixas dos ciclistas e das equipas, mas em vão. "Vi vinte e-mails em que as equipas escreviam enfaticamente: 'nunca nas nossas vidas'. Mas agora está a acontecer. Não por acaso, na Volta à Polónia, com o diretor da corrida, John Lelangue, a pessoa mais flexível do mundo no que diz respeito aos desejos da UCI".

Lefevere também cita a associação de equipas do AIGCP por falta de intervenção: "É também uma vergonha para o AIGCP - a organização das equipas. Conheci o Brent Copeland como alguém que sabe sempre mais nas reuniões, mas como presidente também mostra agora pouca espinha dorsal. Pergunto-me: e se houver uma grande mancha de óleo na estrada e o pelotão não se aperceber disso? Espero que, nessa altura, algumas pessoas se sintam profundamente envergonhadas".