A temporada de 2024 foi um ano em que Remco Evenepoel se destacou e as suas conquistas deixaram o patrão da equipa Soudal - Quick-Step, Patrick Lefevere, numa batalha para manter o seu ciclista no plantel. O belga de 24 anos mostrou o seu imenso talento ao terminar em terceiro na Volta à França, ganhar duas medalhas de ouro olímpicas e defender com sucesso o campeonato mundial de contrarrelógio. Com uma temporada tão impressionante, Evenepoel tem muitos pretendentes e a Red Bull-BORA-hansgrohe tem estado particularmente interessada em assegurá-lo para o seu plantel.
Ralph Denk, o chefe de equipa da Red Bull-BORA-hansgrohe, não escondeu o seu interesse em Evenepoel. Mas não se trata de um acontecimento recente: há anos que a equipa alemã está interessada no prodígio belga. Desde que a Red Bull se juntou à equipa como patrocinador, o desejo de trazer Evenepoel para as suas fileiras tornou-se mais forte.
Numa entrevista recente ao Het Nieuwsblad, Lefevere expressou a sua frustração com a abordagem de Denk para atrair ciclistas com contratos de trabalho em vigor. "Conheces o meu amigo Ralph Denk? Ele fez a mesma coisa duas vezes: oferece um contrato com bónus muito elevados, o que não se faz com os ciclistas com contratos", afirmou Lefevere. "Ele fê-lo uma vez há quatro anos e agora de novo. Na semana passada ouvi dizer que ele também esteve com o Tom Pidcock. Denk? Eu não gosto dele".
Quanto ao futuro de Evenepoel, as suas atenções estão viradas para a Volta a França de 2025, onde voltará a enfrentar rivais como Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard e Primoz Roglic, também ele ciclista da Red Bull - BORA - hansgrohe. Lefevere reconhece a importância de Evenepoel competir no Tour, notando o seu impacto substancial na atenção dos media e dos patrocinadores. "Ele tem de continuar na Volta a França. Por ele próprio, mas também pelos patrocinadores. Uma Volta com ou sem Remco faz uma grande diferença para os meios de comunicação social. Em termos de publicidade, o Tour consome tudo".
Os pormenores do calendário de corridas de Evenepoel permanecem indefinidos, nomeadamente no que se refere a uma possível combinação com a Volta a Itália. Lefevere está a ser cauteloso quando se trata de dar a sua opinião sobre o calendário de Evenepoel, dizendo: "Não vou comentar a combinação com o Giro. Ainda não há muito tempo disse que o Remco deveria correr a Milan-Sanremo e a Volta à Flandres, mas depois ele disse imediatamente que não o faria. Não vou interferir no calendário dele. Isso já foi discutido nos dias em que a equipa esteve em Turnhout. Em dezembro ficará resolvido".
Com tanto em jogo, Lefevere enfrenta um desafio crucial para manter Evenepoel no meio de uma intensa competição e de um crescente interesse externo. A batalha para manter o mais brilhante talento do ciclismo belga promete ser uma das maiores histórias da época de 2025.