Como era esperado, a edição de 2025 da Milan-Sanremo transformou-se num duelo épico entre o campeão do mundo, Tadej Pogacar, e o seu antecessor, Mathieu van der Poel. No entanto, apesar de uma tentativa ousada ainda na Cipressa, a terceira participação do esloveno na clássica italiana não trouxe a tão desejada vitória. Mesmo assim, a forma demonstrada por ambos os ciclistas deixa grandes expectativas para as próximas Clássicas empedradas.
"A questão é o que isto significa para o resto da primavera", analisa Marc Sergeant, ex-diretor desportivo da Lotto, num artigo para o Het Nieuwsblad. "Van der Poel venceu o duelo de sábado, mas isso também teve a ver com o percurso. No Poggio, Pogacar não conseguiu fazer descolar o holandês porque essa subida não é suficientemente íngreme."
De acordo com Sergeant, as hipóteses do campeão do mundo na Volta à Flandres serão consideravelmente maiores, graças às subidas mais seletivas do percurso. "No Oude Kwaremont ou no Paterberg, o esloveno pode explorar melhor as suas qualidades. Van der Poel é extremamente explosivo, mas é mais pesado. Se derem quinze segundos de vantagem ao Pogacar, nunca mais o vêm."
Apesar do domínio de Pogacar e Van der Poel, Sergeant espera que a primavera ciclística não se resuma apenas a este duelo. O belga aponta para um nome que tem estado relegado para segundo plano, mas que pode voltar a baralhar as contas: Wout van Aert.
Ausente da luta na Milan-Sanremo, o ciclista da Team Visma | Lease a Bike ainda não encontrou a sua melhor forma nas primeiras Clássicas da temporada. Como resposta, optou por um bloco de treinos intensivo em altitude em Teide, preparando-se meticulosamente para a Volta à Flandres e Paris-Roubaix.
"Ele está a preparar-se para competir com esses homens. Mas o nível de Pogacar e Van der Poel é excepcionalmente elevado", conclui Sergeant.
Resta saber se Van Aert conseguirá regressar ao mais alto nível e desafiar uma das atuais duplas dominadoras do ciclismo mundial.