Remco Evenepoel deu um ar da sua graça no Dauphiné: "O Lipowitz tem problemas com as acelerações"

A jornada final do Critérium du Dauphiné trouxe finalmente alguma iniciativa ofensiva de Remco Evenepoel. Depois de vários dias mais discretos, o belga da Soudal Quick-Step lançou-se ao ataque, numa tentativa clara de recuperar terreno e testar a sua condição antes da Volta a França. Apesar de não ter conseguido abrir diferenças significativas, Evenepoel mostrou-se satisfeito com a evolução positiva da sua forma.

“Hoje tive melhores sensações. Eu já sabia que o Lipowitz tinha problemas com as acelerações. Ele gosta de andar a ritmo. Por isso, tentei”, explicou Evenepoel ao Het Laatste Nieuws, revelando que o seu ataque teve um alvo claro.

A etapa foi intensa desde os primeiros quilómetros, tanto nas secções planas como nas subidas. A fuga acabou por resistir ao pelotão e ditar o desfecho da jornada, mas o verdadeiro interesse esteve nas movimentações na subida para o Col du Mont Cenis. Foi aí que se destacaram Tobias Johannessen, com vontade de abanar a classificação geral e Remco Evenepoel, que procurava voltar a entrar no pódio final.

Com uma diferença ainda significativa para os lugares cimeiros, Evenepoel decidiu atacar num terreno que lhe era mais favorável. Deixou Felix Gall e especialmente Lipowitz para trás, juntando-se a Valentin Paret-Peintre, um dos sobreviventes da fuga. Apesar de o alemão da Red Bull-Bora-hansgrohe ter conseguido fechar o espaço no final da subida, o esforço de Evenepoel foi um bom teste para as suas pernas.

O belga, que terminou a geral em quarto lugar e termina o Dauphiné com o foco já colocado na Volta a França. As últimas semanas foram marcadas por contratempos, entre os quais uma queda e sintomas alérgicos que o obrigaram a parar, mas Evenepoel considera que está no bom caminho.

"Não devia subestimar os problemas que tive com o pólen e a minha queda esta semana. Não estive a 100 por cento durante dois dias. Hoje as coisas correram-me melhor, o que é de facto um copy paste do ano passado. O sentimento geral que levo daqui é positivo. Agora temos de manter a calma e continuar a trabalhar", concluiu.