O mundo do ciclismo não para. Ora bem, eis que poucos dias depois de
Rui Oliveira ter conseguido conquistar em conjunto com Iuri Leitão as únicas medalhas de ouro olímpicas de Portugal nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 na disciplina de Madison, seria de imaginar que o ciclista de Vila Nova de Gaia estaria pronto para tirar umas merecidas férias certo? Errado. Como diz o velho ditado
"The show must go on" e há mais vida para além dos Jogos Olímpicos.
O próximo desafio de Rui Oliveira começa já amanhã na
Volta à Dinamarca, prova que será transmitida em direto na Eurosport e que contará também com a presença do seu irmão gêmeo
Ivo Oliveira, ambos ciclistas da
UAE Team Emirates. Apesar de treinarem muitas vezes juntos, Rui e Ivo não têm participado juntos em muitas provas ao longo desta época sendo que apenas correram juntos no AlUla Tour em 2024.
Rui Oliveira tem tido um programa de corridas mais dedicado a corridas por etapas e Ivo Oliveira tem participado mais em provas de um dia. Alem disso Rui Oliveira também esteve ausente de corridas durante cerca de um mês devido a uma fratura no rádio em fevereiro na Omloop Het Nieuwsblad enquanto que Ivo Oliveira também fraturou a mão em maio na Boucles de la Mayenne (corrida que ainda assim terminou).
A dupla chega à Dinamarca em grande momento de forma física e anímica, tendo sido recebidos em Portugal euforicamente por centenas de adeptos apenas há alguns dias. Mas o que podemos realmente esperar da dupla na corrida dinamarquesa?
Não é de esperar que sejam candidatos à classificação geral. A corrida em si não é de uma dureza extrema, não havendo etapas de alta montanha, e contendo uma mistura de contrarrelógio coletivo, etapas com algumas colinas e outras mais planas onde se esperam chegadas em pelotão compacto. É uma corrida para ser decidida por pequenas diferenças mas os portugueses não são chefes de fila dentro de uma Emirates que conta com Finn Fisher-Black e o ciclista da casa Mikkel Bjerg como principais destaques. Dentro das outras equipas encontramos muitos ciclistas dinamarqueses que estarão certamente com vontade de se mostrarem ao seu público, tais como: Magnus Cort Nielsen, Soren Kragh Andersen, Tobias Lund Andresen, Mathias Norsgaard e até o próprio Julius Johansen (sim esse mesmo) da Sabgal - Anicolor Cycling Team que estará em representação da seleção dinamarquesa na corrida.
Embora não sejam favoritos, ainda há uma pequena hipótese de vermos um dos dois portugueses em destaque. Isto deve-se ao facto de que a prova inicia precisamente com um contrarrelógio coletivo em Holstebro numa distância total de 13.7km mas tendo em conta a falta de especialistas em contrarrelógio das outras equipas e também aquilo que tem sido os constantes bons desempenhos da UAE Team Emirates em contrarrelógios esta época (que já venceu 8 etapas de contrarrelógio esta época, fora os campeonatos nacionais) é muito provável que vejamos a formação dos Emirados a vencer novamente o dia e se assim for haverá a possibilidade de um dos gêmeos assumir a liderança da corrida caso seja o primeiro a cruzar a linha de meta.
A prova terá a duração de 5 dias e nas últimas duas etapas haverá grande probabilidade de haver um sprint coletivo e nesse caso poderemos ver o nosso medalha de ouro em ação, possivelmente lançado pelo seu irmão. Rui Oliveira, aos 27 anos, ainda procura a sua primeira vitória como profissional mas haverá melhor momento do que este? Atingiu um novo máximo da sua carreira e a corrida assenta-lhe nos dias finais. Não sendo um dos melhores sprinters do pelotão desta Volta à Dinamarca, não deixa de ser capaz de se defender. Rui Oliveira tem mostrado excelente capacidade ao sprint nomeadamente como lançador de Juan Sebastian Molano mas desta vez não terá de trabalhar para o colombiano e poderá fazer a sua própria corrida. Ficaremos a torcer para que nos tragam novo motivo de festejo esta semana!