Segundo Brian Holm os altos custos para obter tecnologia de ponta é prejudicial para a modalidade: "É uma pena que só quem têm um túnel de vento ou um capacete que custa milhares possa ganha"

Ciclismo
quinta-feira, 06 março 2025 a 16:30
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A luta por ganhos marginais no pelotão do World Tour está a tornar-se cada vez mais uma espécie de corrida ao armamento, à medida que as equipas rivais procuram superar-se umas às outras e ganhar uma vantagem potencialmente vital. No entanto, os custos das mais recentes tecnologias e equipamentos estão a aumentar cada vez mais, o que pode causar uma grande disparidade financeira no pelotão.

Por este motivo, a lenda do ciclismo dinamarquês Brian Holm, que viu os vários lados do desenvolvimento da tecnologia no ciclismo quer como ciclista, quer como director desportivo ao longo dos anos, achou por bem fazer um aviso severo sobre o futuro da modalidade. "Se olharmos para o contrarrelógio dinamarquês. Há muitos jovens que dizem: 'Não temos um capacete de 15.000 euros ou isto de 12.000 euros. Não temos um equipamento caro ou a bicicleta certa'. Por isso, afastam-se", começa o homem de 62 anos no último episódio do podcast Cafe Eddy. "É uma pena que o material acabe por custar a ponta de um avião a jacto."

Holm adverte também que, para além da disparidade financeira que estes custos crescentes ameaçam causar, há também um risco mental tangível em jogo. "Há também algo de psicológico nisto. Se estivermos a correr e algo nos começar a correr mal, há uma altura em que uma pequena voz nos diz, quando as coisas começaram a doer: 'Também estou a pedalar com o equipamento errado'. Por isso pedalamos um pouco mais devagar. É uma pena que a tendência seja a de que apenas aqueles que têm um túnel de vento ou um capacete que custa milhares possam ganhar", conclui.

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