Tadej Pogacar procura penta histórico na Lombardia, com recordes de Merckx e Coppi em perigo!

No sábado, 11 de outubro de 2025, o pelotão encara o último Monumento da época, Il Lombardia, com um percurso exigente de 241 km de Como a Bérgamo e 4.400 metros de desnível acumulado, consolidando-se como a prova mais dura entre os cinco monumentos do ciclismo de estrada. Apesar do cenário pitoresco, é difícil imaginar uma corrida aberta no topo da classificação.

Para Tadej Pogacar, a Lombardia representa mais do que o encerramento da época: é a oportunidade de conquistar a quinta vitória consecutiva, igualando o recorde histórico de Fausto Coppi na corrida. O esloveno chega como campeão do Mundo e da Europa, recém-saído de mais um triunfo na Volta a França, mantendo um nível de forma excecional desde a primavera até ao outono. Um pódio em Bérgamo permitir-lhe-ia ainda completar a conquista dos cinco pódios em monumentos em 2025, incluindo as vitórias na Liège-Bastogne-Liège e na Volta à Flandres.

Realizada pela primeira vez em 1905, Il Lombardia é o último Monumento do calendário, conhecido como a Clássica das Folhas que Caem. Tradicionalmente, é a clássica de outono mais favorável aos trepadores e aos ciclistas resistentes em esforços longos. As colinas italianas e as descidas sinuosas fazem desta corrida um verdadeiro teste final para os pesos pesados do pelotão. O quadro de honra inclui nomes lendários, com destaque para as cinco vitórias de Coppi, que Pogacar tenta igualar.

A relação de Pogacar com Il Lombardia já é histórica: venceu quatro vezes consecutivas, entre 2021 e 2024. Em outubro passado, registou a maior margem de vitória desde Eddy Merckx em 1971. “Cada vitória é especial, e hoje também, porque a equipa trabalhou muito durante todo o ano para todas as vitórias que alcançamos, e hoje não é diferente”, comentou o esloveno após o triunfo de 2024.

Em 2025, Pogacar soma já vitórias na Volta à Flandres, Liège-Bastogne-Liège, títulos no Campeonato do Mundo e na Europa. A sua forma mantém-se implacável desde março, o que o coloca numa posição dominante para este sábado.

Mesmo que não vença, Pogacar pode alcançar outro marco: completar o pódio nos cinco monumentos da época. Com Milão-Sanremo (3º), Volta à Flandres (1º), Paris-Roubaix (2º) e Liège-Bastogne-Liège (1º), um terceiro lugar em Bérgamo torná-lo-ia o primeiro ciclista a subir ao pódio de todos os monumentos na mesma época.

O percurso será determinante: a subida de Ghisallo desde Asso, a inclinação máxima de 17% na Roncola, as 19 curvas de Selvino e os paralelos do Colle Aperto tornam o dia extremamente seletivo. O desgaste acumulado ao longo de seis horas favorece os trepadores com boa tática e resistência. O histórico sugere dois tipos de vitórias: um ataque tardio e explosivo, como em 2023, ou um ataque demolidor, como Sormano em 2024. Com a forma de Pogacar, praticamente qualquer manobra pode resultar.

Remco Evenepoel continua a ser o adversário mais perigoso, especialmente após a performance no contrarrelógio do Campeonato do Mundo. No entanto, apesar de se aproximar do nível de Pogacar nas subidas, ainda não conseguiu superá-lo em provas de um dia neste tipo de percurso.

O ausente Jonas Vingegaard, que derrotou Pogacar duas vezes na Volta a França e venceu a Vuelta, não estará presente, devido ao regresso modesto nas últimas competições, incluindo o Campeonato da Europa. O confronto direto entre Pogacar e Vingegaard terá de esperar até ao próximo verão.

Il Lombardia não é apenas o encerramento do calendário: é o ponto de encontro de todos os fios do ano, onde as temporadas ganham o seu último polimento. Se Pogacar vencer pela quinta vez consecutiva, entra para a história ao lado de Coppi, se apenas chegar ao pódio, completa a conquista histórica do pódio nos cinco monumentos da época, reforçando o seu domínio absoluto no ciclismo moderno.