Tadej Pogačar é um ciclista esloveno que corre pela UAE Team Emirates e é conhecido pelos seus muitos títulos no ciclismo. Um trepador e corredor de Clássicas, ganhou as edições de 2020, 2021 e 2024 da Volta a França, e ao longo da sua curta carreira já conquistou vitórias na Liège-Bastogne-Liège, Il Lombardia, Strade Bianche, bem como vários títulos em classificações gerais em corridas do World Tour e dezenas de vitórias profissionais ao mais alto nível.
Nome: Tadej Pogačar
Aniversário: 21 de setembro de 1998
Local de nascimento: Klanec, Eslovénia
Tornou-se profissional: 2017
Altura: 1,76m
Strava
Instagram
Twitter
Facebook
Tadej Pogacar nasceu em 21 de setembro de 1998 na vila de Komenda, no norte da capital da Eslovénia, Ljubljana. Ele começou a andar de bicicleta aos 9 anos de idade, seguindo os passos do seu irmão mais velho, Tilen Pogacar no clube Rog Ljubljana. Nos seus primeiros anos de ciclismo, ele chamou à atenção de algumas grandes figuras na Eslovénia, incluindo o ex-profissional Andrej Hauptman - que mais tarde se tornou DD da UAE Team Emirates, que influenciou fortemente o desenvolvimento de Pogacar como ciclista profissional.
A namorada e noiva de Pogacar é Urska Zigart, uma ciclista profissional que corre no pelotão feminino. Ele leiloou em 2022 um par de sapatos incrustados com diamantes, com o dinheiro a ser revertido para a Fundação do Cancro Tadej Pogačar, que ele criou ao lado de seu treinador Iñigo San Milan, após a morte da mãe deste por cancro. Figura de destaque na UAE Team Emirates, o esloveno tornou-se numa figura de destaque na empresa de bicicletas Colnago, ao lado do fornecedor de grupos da equipa como a Campagnolo, ambos presentes quase exclusivamente nas bicicletas da UAE Team Emirates no World Tour. Acredita-se que Pogacar tenha um salário de 6 milhões de euros anuais, o que o torna o atleta mais bem pago do ciclismo. A estimativa mais precisa de seu FTP está entre 6-6,2W/Kg, levando em consideração um esforço que ele fez em janeiro de 2022, onde compartilhou os dados de potência dele, no qual ele fez 6,3W/Kg por 36 minutos. Tendo em conta que isto foi em Janeiro, longe dos seus picos competitivos, os seus melhores valores poderão no entanto ser superiores.
Pogacar tornou-se profissional em 2017 como ciclista sub-23 da equipe ROG - Ljubljana (hoje denominada Team Ljubljana Gusto Santic, que ainda corre em nível Continental). Apesar de forte, a sua primeira temporada não teve grandes resultados que captassem a atenção das equipas do World Tour, focando-se principalmente no calendário da Europa de Leste, com um Top 5 na Volta à Eslovénia e um terceiro lugar na Volta à Hungria como os seus principais destaques.
O seu segundo ano como sub-23 foi completamente diferente. Na primeira metade da temporada os resultados foram semelhantes, mas na segunda metade à medida que a sua forma melhorou, os resultados também melhoraram. Ele venceu a CG no Grande Prémio da República Tcheca em Priessnitz e venceu a classificação da juventude na Volta à Eslovénia, ante da corrida que mudaria sua vida. Pogacar venceu em 2018 o Tour de l'Avenir - denominado Volta a França de sub-23. Embora não tenha ganho nenhuma etapa, a sua consistência nas montanhas levou-o a conquistar o título, à frente de Thymen Arensman e Gino Mäder - entre muitos outros. Nas semanas seguintes também conquistou a classificação geral do Giro della Regione Friuli Venezia Giulia, dando o salto para o World Tour pelas mãos da UAE Team Emirates, com quem assinaria um contrato.
2019 foi sua primeira temporada no World Tour e o seu crescimento foi exponencial. Estreou-se no Tour Down Under e em Fevereiro venceu a Volta ao Algarve, com uma vitória numa etapa. Terminaria em sexto lugar na Volta ao País Basco mais tarde e venceu o seu primeiro evento do World Tour em maio, onde ganhou a etapa rainha e a classificação geral da Volta à California. Pogacar dava nas vistas, mas poucos esperariam o resultado que alcançaria na Volta a Espanha desse ano.
Em 2019, quando a Eslovénia conquistou o seu primeiro Grande Volta por Primoz Roglic, surgia outo talento quando Tadej Pogacar venceu três etapas, todas elas em chegadas em alto. Com apenas 20 anos ele tornou-se num talento quase único, mas a sua temporada de 2020 seria ainda mais bem sucedida. Abriu a temporada com duas vitórias e a CG na Volta a la Comunitat Valenciana e no UAE Tour venceu uma etapa e terminou em segundo lugar à Geral. A pandemia covid-19 apareceu, mas quando regressaram as competições ele bateu Primoz Roglic no campeonato nacional de contrarrelógio da Eslovénia - um resultado que antecipou um golpe que ele iria desferir brevemente.
Os dois apresentaram-se na Volta a França como os dois principais candidatos. Roglic, especialista em contrarrelógio e ciclista de uma Jumbo-Visma incrivelmente forte, vestia a camisa amarela na 9ª etapa da corrida. A dupla disferia pequenos golpes um no outro ao longo da corrida e entrou no contrarrelógio final separados por apenas 57 segundos. No contrarrelógio final para La Planche des Belles Filles, Pogacar desferia o golpe final no seu rival, chocando muitos com um desempenho impressionante no contrarrelógio que o levou a vencer a etapa e vestir a camisa amarela no último dia da competição. Pogacar tornava-se vencedor da Volta a França aos 21 anos.
Terminou a temporada com um terceiro lugar na Liège-Bastogne-Liège, o que antecipou mais um aumento no seu desempenho, já que Pogacar venceu a mesma corrida em 2021, a sua primeira vitória num monumento. Isso ocorreu após um início de temporada extremamente bem-sucedido, onde ele venceu uma etapa e a classificação geral no UAE Tour e na Tirreno Adriático e terminou em terceiro na Volta ao País Basco. Pogacar vencia a Volta à Eslovénia antes de ir defender o seu título na Volta a França.
Pogacar não só venceu o Tour, mas fê-lo de uma forma dominadora e confiante. Na semana de abertura deu sinais de estar em grande forma e venceu o contrarrelógio. No entanto, foi na primeira verdadeira etapa de montanha que carimbou a sua autoridade, ao saltar para a camisola amarela na etapa para Le Grand-Bornand, onde bateu os seus rivais por 3:20m, numa das performances mais arrebatadoras do ciclismo moderno. Tal como aconteceu nas suas primeiras duas Grandes Voltas, ele venceu três etapas mais uma vez, ao vencer as duas últimas chegadas em alto no Col du Portet e em Luz Ardiden, conquistando a sua segunda Volta a França.
Logo após o Tour, ele viajou para os Jogos Olímpicos, onde conquistou a medalha de bronze em Tóquio, numa corrida ganha por Richard Carapaz. Pogacar conquistou o ultimo monumento da temporada, a Il Lombardia. Foi uma temporada dominante, que deu lugar a outra em 2022 – agora consolidada como figura líder e comandante do pelotão.
2022 não começou muito diferente, com o domínio total no UAE Tour e na Tirreno Adriático, e com uma vitória a solo de 50 quilometros na Strade Bianche, que o fez dar a conhecer num tipo de terreno diferente do habitual. Pogacar parecia imbatível, mas correu algumas clássicas que desconhecia com bastante sucesso. Ele foi uma figura chave na Milan-Sanremo, onde seus muitos ataques no Poggio reduziriam o pelotão, tendo terminado em quinto. A sua incursão nas clássicos da Flandres também foram um sucesso, pois esteve prestes a vencer a Volta à Flandres com mais uma atuação bastante agressiva. No entanto ele ficaria em quarto lugar, sendo apanhado pouco antes da linha de meta por um grupo composto por adversários que o ultrapassariam. Ele não defenderia o título na Liège-Bastogne-Liège no final da primavera, conforme tinha planeado, devido à morte da mãe da sua noiva.
Pogacar voltou à competição na Volta à Eslovénia, onde venceu duas etapas e a classificação geral, ajudando seu companheiro Rafal Majka a obter duas vitórias em etapas. Ele almejava outro título na Volta a França, porém este seria mais competitivo, já que a Jumbo-Visma fez uma abordagem total à corrida com dois líderes. Primoz Roglic e Jonas Vingegaard que terminaram em segundo atrás dele nas edições anteriores . Um terceiro lugar no contrarrelógio de abertura, a vitória na sexta etapa em Longwy e a vitória na primeira chegada real em alto da corrida em La Planche des Belles Filles pareciam lançá-lo em direção ao inevitável terceiro troféu na Grand Boucle.
Seguindo um plano muito agressivo da Jumbo-Visma na 11ª etapa para o Col du Granon, Pogacar quebrou e fez soar os alarmes no mundo do ciclismo. O esloveno quebraria de uma forma até então inédita em Grandes Voltas e perderia quase três minutos para Jonas Vingegaard, com quem acabaria a lutar na segunda metade da corrida. Pogacar não teve outro dia mau ao longo da corrida e foi consistentemente agressivo em todas as chegadas em alto que faziam parte do percurso da corrida e em algumas etapas que apresentavam terrenos acidentados e difíceis.
A sua forma ofensiva de correr levou-o a vencer a etapa de Peyragudes e mais uma vez conquistava três vitórias em etapas no Tour, mas não conseguiria desalojar o trepador dinamarquês, que se mostrou intransponível na defesa da camisa amarela. Apesar do seu forte desempenho, Pogacar terminava a corrida na segunda posição à Geral. Ele mudou o seu foco para o final da temporada, onde venceu o montanhoso GP de Montreal e em preparação para a Il Lombardia também venceu a Tre Valli Varesine. Pogacar foi o homem a bater na Il Lombardia de 2022 mas reconquistava o seu título, conquistando dessa forma seu terceiro título da temporada. Pogacar foi o ciclista que marcou mais pontos UCI nas temporadas de 2021 e 2022.
Em 2023 começou o ano com vitórias na Clásica Jaén Paraiso Interior e depois na Volta à Andaluzia. Foi um início de temporada tradicional para o esloveno em termos de resultados, vencendo três etapas na Andaluzia e também na Paris-Nice, onde também venceria a classificação geral. Nas clássicas da primavera terminou em quarto lugar na Milan-Sanremo e na E3 Saxo Classic, mas depois venceu a Volta à Flandres com uma série de ataques violentos nas subidas mais íngremes da corrida. A sua sede por vitórias não abrandaria e vencia a Amstel Gold Race e a Flèche Wallone. Ele era um forte candidato à vitória no tríptico das Ardenas, mas cairia na Liège-Bastogne-Liège. Isto não só o tirou da corrida, mas também afetou a sua preparação para a Volta a França, tendo passado várias semanas longe da estrada.
No Tour ele esteve na sua melhor forma desde o início, atacando muito forte nos primeiros dois dias. Ele perderia tempo para Jonas Vingegaard na 5ª etapa, mas recuperaria e vencia a 6ª etapa. Ao longo de 15 etapas, os dois estiveram equilibrados, mas a semana final mudaria as coisas. Pogacar perdeu tempo significativo para Jonas Vingegaard no contrarrelógio da etapa 16 e na etapa 17 Pogacar explodia por completo na etapa rainha no Col de la Loze. Ele recuperou e venceu a etapa 20, terminando em segundo lugar na classificação geral.
Após o Tour, Pogacar alcançou o terceiro lugar nos Campeonatos do Mundo, atrás de Mathieu van der Poel e Wout van Aert. Ele disputou as Clássicas Italianas de Outono em preparação para a Il Lombardia, que venceria pela terceira vez consecutiva.
Tadej Pogačar começou a temporada de 2024 com performances impressionantes em várias corridas. Um de seus primeiros destaques foi sua vitória na Strade Bianche, onde completou um ataque a solo de nada menos que 81 quilometros da meta. Esse feito destacou a sua visão estratégica e força física, marcando o ritmo para o restante da temporada.
Domínio na Volta a Itália
A Volta a Itália de 2024 foi uma demonstração da versatilidade e resistência de Pogačar. Ele alcançou múltiplas vitórias em etapas e dominou tanto nas etapas de montanha como nos contrarrelógios. Através das suas performances consistentes, conquistou a cobiçada Maglia Rosa (camisola rosa) e assegurou a vitória à geral. O seu sucesso no Giro foi uma clara indicação do seu crescente domínio no mundo do ciclismo.
Inesquecível Volta a França
A Volta a França de 2024 foi sem dúvida o ponto alto do ano de Pogačar. Logo no início da corrida, ele deixou claras suas intenções com resultados sólidos, como um quarto lugar na etapa de abertura que ligou Florença a Rimini. No entanto, foram suas performances nas etapas de montanha que realmente chamaram a atenção:
1. Etapa 3 (Bolonha): Pogačar testava a condição dos seus rivais nas íngremes encostas de San Luca, numa antevisão do estilo agressivo que iria impor ao longo do Tour.
2. Etapa 11 (Le Lioran): Ele venceria esta etapa após um emocionante com contra Jonas Vingegaard, marcando sua primeira grande vitória no Tour daquele ano.
3. Etapa 14 (Pla d'Adet): Pogačar realizou uma das melhores performances de escalada do século XXI, deixando seu rival directo, Vingegaard, a 39 segundos.
4. Etapa 19 (Isola 2000): Ele coroou seu domínio vencendo com uma vantagem significativa, ampliando ainda mais a sua liderança na classificação geral.
Com essas vitórias, Pogačar conseguiu vencer a Volta a Itália e a Volta a França no mesmo ano, um feito que não acontecia desde 1998, afirmando-se como um dos melhores ciclistas da sua geração.
Outros Conquistas e a Equipa
Além de seus sucessos nas grandes voltas, Pogačar também teve performances impressionantes em outras corridas e clássicas de um dia. A sua versatilidade e consistência tornaram-no num ciclista fantástico em cada corrida que participou. A UAE Team Emirates teve um papel crucial nas suas conquistas, o que ficou evidente na sua vitória na classificação por equipas da Volta a França.
Conclusão
A temporada de 2024 é um marco na carreira de Tadej Pogacar. Com vitórias na Volta a Itália e na Volta a França, bem como performances impressionantes em outras corridas, ele reforçou o seu status como um dos maiores ciclistas de todos os tempos. A sua força, técnica e inteligência táctica continuam a surpreender o mundo do ciclismo e com apenas 25 anos ele tem muitos anos pela frente para continuar a aumentar ainda mais o seu impressionante palmarés. Pogačar não elevou apenas a sua carreira pessoal a novos patamares, mas também teve um impacto duradouro no mundo do ciclismo.