Nada parece capaz de abalar o espírito de
Mathieu van der Poel esta noite, depois de conquistar uma vitória histórica na
Paris-Roubaix 2025. No entanto, o júri da corrida tentou fazê-lo, aplicando uma multa considerável ao ciclista da
Alpecin-Deceuninck e ao seu diretor desportivo, Christoph Roodhooft.
O motivo? Van der Poel terá recebido alimentação depois da zona limite, já nos últimos 14 quilómetros, numa altura em que seguia isolado na frente da corrida e a caminho do seu terceiro triunfo no Inferno do Norte. De acordo com o regulamento, a alimentação nesta fase não era permitida, e o contacto com o carro da equipa foi considerado irregular. A penalização: 1.000 francos suíços tanto para o ciclista como para o seu diretor.
Após a chegada, Van der Poel reconheceu o desgaste acumulado nas últimas dezenas de quilómetros. “Sofri muito nos últimos 30 quilómetros, especialmente depois do erro do Tadej,” admitiu o holandês. “Caso contrário, teria sido muito difícil nos isolarmos. Mas tive de ir sozinho de longe, e isso custou muita energia.”
Mas a Alpecin-Deceuninck não foi a única a ser visada. Outras equipas também foram penalizadas pelo comportamento fora do regulamento. A Arkéa-B&B Hotels, a Intermarché-Wanty e a Decathlon AG2R La Mondiale viram os seus diretores desportivos — Sébastien Hinault, Aike Visbeek e Julien Jurdie — serem multados em 200 francos suíços cada, devido a ciclistas que seguiram fora do percurso oficial.
Mais grave foi o caso de Marcel Sieberg, diretor da Tudor Pro Cycling, que foi desclassificado a meio da prova e multado em 500 francos suíços por irregularidades relacionadas com o carro de apoio da equipa.
A Intermarché-Wanty voltou a ser penalizada com uma multa adicional de 200 francos, depois de um membro da equipa ter sido apanhado a entregar comida fora das zonas regulamentares.
Apesar dos incidentes administrativos, a jornada ficou marcada pela exibição dominante de Van der Poel, que igualou Tom Boonen e Roger De Vlaeminck com três vitórias na clássica dos paralelos. A discussão sobre penalizações fica, para já, em segundo plano — pelo menos até a poeira de Roubaix assentar.