"Voltarei de certeza nos próximos anos" - Jonathan Milan espera vencer mais Camisolas Verdes nas próximas edições da Volta a França

Num final de Volta a França bem diferente do habitual, os Campos Elísios não assistiram ao tradicional sprint massivo entre os homens mais rápidos do pelotão. Em vez disso, a chegada foi marcada por um momento de serenidade e consagração para Jonathan Milan, que cruzou a meta sorridente, de forma calma e sem pressões já com a Camisola Verde garantida.

O italiano da Lidl-Trek dominou a classificação por pontos desde cedo e confirmou em Paris o estatuto de sprinter mais regular e eficaz da edição de 2025. Depois de já ter conquistado por duas vezes a camisola ciclamino na Volta a Itália, Milan provou agora ser capaz de repetir o feito no maior palco do ciclismo mundial.

Os organizadores, no entanto, guardaram uma surpresa exigente para o final: uma tripla passagem pela icónica subida de Montmartre, que tornou o dia especialmente duro para os sprinters. “Tentei dar o meu melhor para seguir os favoritos na primeira subida, mas o Tadej [Pogacar] estava simplesmente demasiado forte. Assim que fui deixado para trás, concentrei-me apenas em desfrutar o momento e a ocasião. Estou muito contente com a forma como o Tour nos correu.”

O percurso final, mais técnico e seletivo do que o habitual, dificultou o trabalho aos homens rápidos, mas Milan já tinha feito o suficiente nas semanas anteriores para selar a sua vitória na classificação por pontos. Com vitórias ao sprint, consistência em etapas planas e presença regular nos primeiros lugares, o italiano demonstrou uma forma impressionante e uma maturidade tática crescente.

“Foi um objetivo durante todo o ano e um sonho desde que me tornei profissional”, admitiu Milan. “Significa muito para mim. Mostra que estou a melhorar e também prova a qualidade desta equipa e o quanto trabalhamos para atingir os nossos objetivos. Também me dá muita confiança para os próximos anos.”

A Lidl-Trek viveu um Tour marcante, e Milan foi uma das suas figuras maiores. A camisola verde, conquistada com autoridade, coroa um crescimento que começou nas estradas italianas e agora se estende ao cenário mundial. E o próprio não esconde a ambição de repetir o feito: “Gostaria muito de voltar nos próximos anos. Veremos como é o percurso em cada ano para decidir quando. Foi muito difícil conquistar esta Camisola Verde.”

Aos 24 anos, Jonathan Milan mostrou que é muito mais do que um sprinter potente. É, hoje, um ciclista completo, com mentalidade de líder e um futuro promissor. Em 2025, Paris não viu o sprint esperado mas viu o coroar justo de um verdadeiro rei da velocidade.