A corrida feminina do
Campeonato do Mundo de Gravel 2025, disputada em Limburgo, reuniu uma impressionante armada neerlandesa, todas com o mesmo objetivo: conquistar a Camisola Arco-Íris. Entre as candidatas encontrava-se
Marianne Vos, que esteve muito perto de repetir o triunfo do ano passado. A ciclista de 38 anos foi protagonista de uma exibição de grande classe, mas acabou por cair perante a rival que menos queria ter por perto, Lorena Wiebes.
A preparação para a prova não foi simples para a neerlandesa. Preocupada com os problemas de saúde do pai, Vos abdicou do Campeonato do Mundo de Estrada em Kigali e só decidiu participar no Mundial de Gravel por impulso. "Em termos de preparação, as últimas semanas estiveram longe de ser ideais e só agora decidi participar, mas é um Campeonato do Mundo no meu país e estou feliz por estar aqui."
"A gravilha é uma disciplina emergente e adoro o facto de pessoas de diferentes níveis se reunirem aqui", explicou sobre a decisão de competir no Limburgo. "Esta disciplina tem um futuro brilhante à sua frente."
A corrida proporcionou um espetáculo de alto nível, com as camisolas laranja constantemente no centro das atenções. Houve sempre várias neerlandesas no grupo da frente, e a própria Vos provocou várias seleções nas colinas da região. "A ciclista mais forte da corrida? Não sei, mas tentei. Não tinha forças para fazer a diferença. Então, sabe-se que vai ser difícil. Mas sim, foi sem dúvida uma bela corrida", comentou a campeã em título.
Foi Shirin van Anrooij, compatriota de Vos e rival no Ciclocrosse, quem desferiu o ataque decisivo a 10 quilómetros do final, isolando-se do grupo principal e conquistando uma vantagem interessante. Atrás, o grupo perseguidor hesitou. Vos marcava Wiebes, Wiebes controlava Vos, enquanto a italiana Silvia Persico se recusava a colaborar e as restantes neerlandesas já acusavam o desgaste.
As condições pareciam ideais para Van Anrooij, até que a checa Julia Kopecky, colega de equipa de Wiebes, entrou em ação. "Tenho de dizer que a maior parte do trabalho foi feito pela ciclista checa, que esteve muito forte", elogiou Vos, referindo-se à jovem de 21 anos, cuja persistência manteve a diferença sempre abaixo dos 20 segundos, impedindo que Van Anrooij consolidasse o triunfo.
Com o grupo novamente compacto, foi Yara Kastelijn quem lançou um novo ataque, aproximando ainda mais as perseguidoras da fugitiva. "A Yara Kastelijn atacou de seguida e a diferença diminuiu. É claro que sabemos que há muita laranja e isto é diferente de outras corridas", observou Vos. "Mas, em última análise, queremos que a equipa neerlandesa ganhe."
E assim foi. No sprint final, Lorena Wiebes confirmou o favoritismo e impôs a sua velocidade, deixando Vos sem resposta nos metros decisivos. "Foi ótimo poder lutar pelo título. Claro que se sabe que vai ser difícil quando a Lorena ainda está na corrida no final, embora pudesse ter acabado de qualquer maneira, com o forte ataque da Shirin. No fim de contas, a prata foi o melhor que consegui", concluiu a veterana campeã.