Tom Dumoulin pode ter deixado o pelotão profissional há mais de dois anos, mas continua a alimentar a sua paixão pela bicicleta — agora longe da pressão das grandes competições. O antigo vencedor da Volta a Itália confirmou que vai participar na
Unbound Gravel, a mais prestigiada corrida de gravilha do mundo, embora sem grandes ambições.
“Vou fazer a Unbound,” revelou Dumoulin à Cycling Weekly. “Mas apenas a corrida de 100 milhas. Quero só experimentar. Não tenho qualquer intenção de tentar ganhar.”
Enquanto o seu ex-colega Laurens ten Dam se reinventa como uma figura competitiva nas provas de gravilha, Dumoulin recusa seguir o mesmo caminho.
“O Laurens continua muito competitivo, mas esse não é de todo o meu objetivo. Quero apenas desfrutar da bicicleta, divertir-me e partilhar essa energia com as pessoas à minha volta e com quem me segue,” explica o ciclista neerlandês de 34 anos.
“A maioria das pessoas pedala duas vezes por semana, só pelo prazer. Participam num evento de vez em quando e divertem-se imenso. E eu agora sou uma dessas pessoas.”
Apesar do tom descontraído, Dumoulin ainda mostra lampejos da sua antiga chama competitiva. Em janeiro, participou na Egmond-Pier-Egmond, uma prova de 36 quilómetros disputada na areia, seguida no dia seguinte por uma meia maratona e... venceu ambas.
“Fui ao limite nesses dois dias,” admite entre risos. “Mas não treinei especificamente para isso nem segui um plano estruturado.” As suas próximas aventuras incluem a Sea Otter Classic (90 milhas) e a Unbound Gravel (100 milhas), abordadas com a mesma leveza.
“Claro que ainda estou em forma. Mas não estou a treinar mais de 10 horas por semana, por isso sei perfeitamente que não vou lutar pelos primeiros lugares. E está tudo bem com isso.”
“Não tenho vontade de passar cinco horas por dia em cima da bicicleta. Já fiz isso. Foi uma fase linda, mas agora quero explorar outras coisas. Gosto de participar nestes eventos, mas sem a pressão de ganhar. E sim, às vezes é difícil aceitar isso… mas não quero voltar ao trabalho duro.”
Dumoulin pode ter deixado os grandes palcos, mas leva consigo o mesmo amor pelo
ciclismo - agora, sem relógio, sem classificações, apenas pelo prazer de pedalar.