Pauline Ferrand-Prévot já fez praticamente tudo no BTT feminino ao longo da sua lendária carreira neste desporto. Tudo o que faltava era uma medalha de ouro olímpica e, no domingo à tarde, a francesa conseguiu-o finalmente, perante os seus compatriotas, em Paris.
Atacando forte relativamente cedo, procurando colocar pressão imediata sobre as suas rivais, a atleta de 32 anos já tinha 30 segundos de vantagem no final da segunda volta. Com essa diferença de tempo a aumentar durante o resto da corrida, Ferrand-Prevot acabou por terminar com uma vantagem de pouco menos de três minutos sobre a norte-americana Haley Batten, que ficou com a prata, à frente da sueca Jenny Rissveds, uma vez que um furo tardio fez com que a holandesa Puck Pieterse caísse de 2ª para 4ª na meta.
"É difícil dizer o quanto me sinto bem com isto", disse Ferrand-Prévot ao Eurosport numa entrevista emocionada após a corrida. "Preparei-me muito bem para hoje. Não apenas nos últimos meses, mas este é o resultado de anos e anos de trabalho árduo. É a minha quarta Olimpíada e nunca tive um bom desempenho. Hoje tudo se encaixou e ganhei a medalha de ouro. Era o objetivo da minha vida e ganhei-o. Inacreditável".
"As corridas que fiz este ano foram um bom treino para este dia. Hoje corri da mesma forma que em todas as Taças do Mundo", continua. "Não tive stress, fiz a minha própria corrida. A todo o gás nas subidas, mas mais calma nas descidas e aí tive de tentar recuperar. Tinha uma missão e o que fiz nas Taças do Mundo está a dar frutos agora. É claro que é uma sensação óptima quando se pode carregar tanto nos pedais e sofrer muito."
Durante toda a corrida, o apoio à figura emblemática do
ciclismo feminino francês foi imenso, com a multidão a gritar repetidamente "Pauline, Pauline, Pauline!" Depois de Ferrand-Prevot ter cruzado a linha de meta, os presentes chegaram mesmo a cantar de improviso a
Marseillaise para fazer uma serenata à sua heroína. "Depois foi muito bonito de se ver", concluiu Ferrand-Prevot, agradecida.