No mês passado, cresceu o entusiasmo em torno do esperado regresso de
Mathieu van der Poel ao BTT, com notícias de que o campeão mundial iria competir já neste fim de semana, a 18 de maio, no evento Bike the Rock, na Alemanha. No entanto, essas informações revelaram-se precipitadas.
Apesar dos anúncios iniciais, Van der Poel não alinhará na Bike the Rock, uma prova da Bundesliga de BTT, ficando de fora da competição em solo alemão. A nova expectativa aponta para o seu regresso na semana seguinte, durante a ronda da Taça do Mundo de BTT da UCI em Nové Město, na República Checa.
A alteração do calendário será, certamente, uma desilusão para os organizadores do evento alemão, que podem ter sido demasiado rápidos a confirmar a sua presença. Apesar de bem conceituada, a Bike the Rock não integra o circuito da Taça do Mundo, o que terá pesado na decisão do holandês em concentrar-se em Nové Město.
A ligação emocional de Van der Poel à prova checa é evidente. Venceu lá em 2019 e foi segundo em 2021, atrás de Tom Pidcock, naquela que foi a sua última participação internacional em XCO. Soma ainda duas vitórias e um segundo lugar nas corridas de pista curta disputadas na mesma localidade. Este ano, porém, não será elegível para competir na pista curta, uma vez que esta está reservada aos 40 primeiros do ranking UCI de BTT, onde Van der Poel está atualmente ausente devido à sua longa pausa na disciplina.
Mesmo assim, o regresso ao XCO em Nove Mesto será um passo importante na sua ambição de completar o ciclo das camisolas arco-íris.
Aos 30 anos, Van der Poel concluiu recentemente mais uma temporada excecional na estrada e no ciclocrosse. Começou o ano com a conquista do seu sétimo título mundial de ciclocrosse, estabelecendo um novo recorde, e seguiu com uma terceira vitória consecutiva na Paris-Roubaix. A campanha primaveril foi ainda abrilhantada com os triunfos na E3 Saxo Classic e na Milan-Sanremo.
Atualmente detentor dos títulos mundiais de estrada, gravel e ciclocrosse, Van der Poel reconhece há muito tempo que o título de campeão mundial de BTT é a peça que falta no seu palmarés. E tudo indica que está determinado a colmatar essa lacuna. O próprio já admitiu que a camisola arco-íris do XCO representa um objetivo mais importante do que, por exemplo, somar etapas na Volta a França.
Sem competir em BTT desde 2023, o plano do neerlandês é claro: depois da Volta a França de 2025, concentrar-se-á totalmente na preparação para os Campeonatos do Mundo de BTT, com o foco em finalmente conquistar o ouro na única modalidade que lhe falta.