A INEOS Grenadiers "perdeu o rumo", segundo Bob Roll e Christian Vande Velde: "Há muitas pessoas que estão lá há demasiado tempo e têm de se olhar bem ao espelho"

Não há dúvida de que as coisas continuam um pouco sombrias para a INEOS Grenadiers, quando 2025 se aproxima a passos largos. Nomes importantes como Jhonatan Narvaez, Luke Rowe e Ethan Hayter já sairam da equipa, assim como membros importantes para a estrutura da equipa como Dan Bigham e Steve Cummings.

As dificuldades da equipa britânica têm sido um grande tema de discussão entre especialistas e analistas de todo o mundo nos últimos tempos. No mais recente episódio do podcast NBC Sports Cycling's Beyond the Podium, a dupla americana Bob Roll e Christian Vande Velde lançaram o seu olhar experiente sobre a situação da INEOS Grenadiers;

"Parece que passou de melhor equipa do mundo há pouco tempo para uma equipa que luta por resultados e, agora, parece que as rodas do autocarro se soltaram e mal conseguem manter os seus ciclistas mais importantes", começa Roll. "Estou a falar especificamente de Tom Pidcock. Existiram rumores de que ele ia mudar de equipa, mas parece que vai ficar por lá. Há um caos instalado no seio da equipa INEOS, não há outra forma de descrever o que se passa."

"Não há mesmo", concorda Vande Velde. "Fico muito triste com o que lhes está a acontecer este ano. Por vezes é difícil de acreditar. Até a cultura em redor da equipa. Espero que consigam virar a página, o ciclismo precisa que eles virem a página. Não podemos ter apenas um par de equipas que dominam as corridas, precisamos sim de mais equipas para melhorar as corridas. Eles têm os alicerces, só precisam de reencontrar as bases que os tornaram numa potência do ciclismo".

É mais do que um caso de má decisão ou má gestão, acredita Vande Velde. "Não esqueçamos que eles tiveram muito azar. Alguns dos melhores ciclistas deles sofreram lesões catastróficas na altura errada dos seus contratos", observa o ex-profissional americano. "O Egan Bernal. Pensámos que ele nunca voltaria a correr e, embora esteja a fazer melhores números agora, não é competitivo nos dias de hoje."

No entanto, como ele admite, não vai ser fácil para a INEOS voltar ao topo. "Quando nos colocamos numa posição tão difícil, vamos começar por onde?" interroga-se Vande Velde. "Penso que é preciso limpar a casa. Há muitas pessoas que talvez estejam lá há demasiado tempo. Têm de se olhar bem ao espelho... Quanto ao primeiro passo básico, não faço a mínima ideia!"