O pelotão do ciclismo moderno é liderado por alguns dos maiores talentos alguma vez vistos neste desporto. Tadej Pogacar, Remco Evenepoel, Jonas Vingegaard, entre outros, foram as estrelas das últimas épocas, mas, segundo a Lidl-Trek, Mattias Skjelmose tem potencial para competir com os melhores.
"É verdade que não podemos comparar directamente o Mattias ao Tadej e ao Remco, mas se esta extraordinária geração não estivesse na estrada, estaríamos a falar do Mattias como um dos melhores ciclistas de fundo", explica Josu Larrazabal, chefe de performance da Lidl-Trek, em conversa com a Velo. "E temos de nos lembrar que Primoz Roglic só ganhou a sua primeira Vuelta aos 30 anos. O Mattias tem 24 anos e já tem três Grandes Voltas nas pernas."
Nas suas três participações em Grandes Voltas até à data, Skjelmose melhorou progressivamente as suas prestações. 49º na geral no Giro de 2022, com um 10º lugar como melhor resultado numa etapa, depois 29º na classificação geral no Tour de 2023, antes de se mostrar verdadeiramente na Vuelta em 2024, garantindo um Top 5 na classificação geral e ganhando a camisola da juventude.
"Estávamos a seguir o Mattias há dois anos, antes de ele se juntar à Trek [em 2021]", diz Larrazabal sobre o dinamarquês. "Ajudámo-lo a entrar na equipa Leopard e estivemos sempre em contacto com ele e com o seu treinador. Ele tem sido um projecto muito especial para nós, alguém que está connosco desde a base. Fez toda a progressão connosco".
"O Mattias é um exemplo da nova geração: são ciclistas realmente completos. É um especialista em contrarrelógio e na minha opinião é semelhante ao Remco: um corpo mais pequeno que um contrarrelogista normal, mas que baseou as suas vitórias na classificação geral pelas suas prestações no contrarrelógio", continua o homem da Lidl-Trek. "Não é um daqueles ciclistas de CG que precisa do cansaço das corridas por etapas para mostrar a sua força. É um ciclista muito versátil".
No entanto depois do desempenho na Vuelta, está na altura de Skjelmose mostrar a sua evolução. "Agora que mostrou que pode destacar-se durante três semanas, tem de continuar a crescer", acrescenta o diretor desportivo Kim Andersen. "De momento, os primeiros três ou quatro lugares estão provavelmente ocupados, mas outro top 5 numa Grande Volta é um objetivo muito sério. E depois, se ele tiver um dia realmente bom, poderá mesmo estar no pódio".