A organização do Campeonato do Mundo de 2025 é alvo de críticas por "patrocinar" a guerra civil no Congo: "A meu ver, isto não é uma lavagem desportiva"

Ciclismo
sexta-feira, 31 janeiro 2025 a 1:00
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O Campeonato do Mundo de 2025 no Ruanda é suposto ser uma grande celebração do crescimento do ciclismo africano, uma vez que o maior evento de ciclismo vai visitar o continente pela primeira vez na história. No entanto paira uma nuvem negra sobre o país neste momento, pois a escalada do conflito civil no Congo é apoiada pelo governo do Ruanda, que apoia de forma aberta o exército rebelde M23.

"Não há mal nenhum em começar esta discussão", diz Gert Van Goolen, da Golazo, ao De Afspraak. "Só que nesta história, somos um subcontratante da federação local de ciclismo. Acima de tudo, o Campeonato do Mundo continua a ser uma organização da UCI. Eles estão a acompanhar de perto a situação no Ruanda e nós estamos a ouvi-los".

De acordo com Van Goolen, não existem actualmente quaisquer motivos para suspender o Campeonato do Mundo, embora não exclua a possibilidade de isso poder vir a mudar no futuro. "É possível que a guerra no Leste do Congo tenha influência. O conflito já existe há muito tempo na região, só muito recentemente é que se agravou. Ainda temos de ver como vai evoluir".

Há anos que o Ruanda tem tido uma má avaliação em vários relatórios internacionais. "A questão é saber onde é que se traça a linha", diz Van Goolen. "Em que altura é que se diz: 'isto já não é aceitável'? Temos de refletir sobre isto. Também não devemos esquecer que isto aconteceu porque queriam organizar um Campeonato do Mundo no continente africano pela primeira vez. Um continente que está em desenvolvimento. O ciclismo está a crescer muito lá, basta olhar para o Girmay".

Mas não estará o Golazo a ser utilizado desta forma - ainda que indiretamente - para apoiar um regime? "A meu ver, isto não é uma lavagem desportiva", diz Van Goolen. "O dinheiro que recebemos também não vem de nenhum ditador. Somos pagos pela Federação Africana de Ciclismo. Ouvi muitas histórias de pessoas que estiveram lá ou que vivem lá e são histórias sobre um belo país que está a desenvolver-se fortemente. Tem alguma coisa de errado fazer publicidade ao turismo do nosso país?"

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