A Volta a França é o derradeiro objetivo de Remco Evenepoel: "Já senti o gosto"

Remco Evenepoel entrou no mundo do ciclismo como um brilhante contrarrelogista, rolador e ciclista de clássicas. Em 2022, deu um salto à sua carreira ao vencer a Volta a Espanha e afirmar o seu estatuto de ciclista de Grandes Voltas. Em 2024, conseguiu uma Volta à França quase perfeita e sabe que pode ganhar o Tour.

Antes de mais, porém, tem alguns meses de trabalho pela frente para recuperar e ganhar alguma forma depois da lesão que o colocou de lado. "Deixem-me pôr as coisas desta forma: se há uma coisa com que posso estar contente é com o facto de esta lesão ter ocorrido em dezembro. Também tivemos de decidir agora e é por isso que não vou participar em nenhuma corrida de primavera", disse o belga ao Wielerflits. "Quero estar 200% pronto para a Volta a França. Talvez acrescentemos a Volta à Romandia depois das quatro clássicas montanhosas, para ter mais alguns dias de corrida nas pernas."

Depois destas provas, Evenepoel deverá ainda correr o Criterium du Dauphiné e os campeonatos nacionais antes da Volta a França. "Não tenho dúvidas de que, se seguir esse caminho, estarei em muito boa forma para o Tour. Ainda faltam sete meses. Há tempo. É por isso que o Tour é agora o objetivo principal. Se as coisas não correrem bem nas clássicas das Ardenas, isso faz parte do processo de preparação para a Volta a França. É assim que vejo as coisas nos próximos tempos".

A Soudal - Quick-Step confirmou nos últimos dias que Mikel Landa irá correr a Volta a Itália para a classificação geral e depois combiná-lo com o Tour. No Tour, Tim Merlier estará presente e será um forte candidato à primeira camisola amarela, apoiado pelo lançador Bert van Lerberghe. Evenepoel não se opõe a uma liderança dividida: "O Tim e eu fomos juntos aos Estados Unidos fazer testes no túnel de vento no outono passado. Falámos muito sobre isso. O Tim é o mais rápido do pelotão. Se soubermos que o primeiro dia é um sprint, ele é campeão europeu e pode conquistar a amarela em Lille, perto da sua casa: depois levamos o Merlier para o Tour".

"Ele e Bert Van Lerberghe sabem que têm de me proteger durante o dia. Mas depois disso, podem fazer o que quiserem nos sprints. Nas etapas de montanha, será a mesma coisa: eles têm de me deixar no sopé de uma subida e depois têm de chegar a tempo", diz. "Estamos a olhar principalmente para a Emirates e a Visma. Eles vão querer controlar novamente. Não temos sete ciclistas para isso e é por isso que nos estamos a concentrar em dois objetivos: Os sprints do Tim e a minha classificação geral".

Evenepoel ganhou os dois Campeonatos do Mundo, os Jogos Olímpicos, monumentos e a Volta a Espanha. Pode dizer-se que o Giro e o Tour são os dois grandes objetivos que lhe faltam vencer na sua carreira, mas como não pode correr o Giro com uma boa preparação este ano, a sua mente está totalmente voltada para a Grande Volta.

"Espero estar pronto para ganhar a Volta um dia. Estive muito perto no ano passado. Senti o gosto da vitória. Também sabemos o que temos de melhorar", argumenta o belga. "É por isso que estou a tentar sair deste período mais forte. Tenho de ser paciente e esperar pelo momento certo. Só me estou a concentrar no Tour. Tudo o resto é, infelizmente, secundário. Não faz parte da minha natureza, mas é assim que as coisas são."

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