Aike Visbeek ataca a UCI por causa dos Mundiais no Ruanda: "Não sei que forças estão em jogo. Será que não há ninguém que veja o que se vai passar ali?"

Ciclismo
quinta-feira, 06 março 2025 a 19:30
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Esperava-se que o Campeonato do Mundo de Estrada de 2025, no Ruanda, fosse um momento marcante para o ciclismo em África, mas muita da discussão até agora tem sido dominada pelo negativismo. As preocupações com o percurso e a participação no evento têm sido levantadas e Aike Visbeek está entre os que têm feito fortes críticas à UCI.
Em declarações ao De Rode Lantaarn, Visbeek mostrou-se desiludido com o percurso, fazendo eco das preocupações manifestadas pelo treinador da seleção belga, Serge Pauwels, que disse recentemente ao Sporza compreender a razão pela qual o campeão do mundo de 2023, Mathieu van der Poel, optou por não viajar para o Ruanda.
Visbeek não se conteve na sua avaliação: "A nível político, mas também a nível do percurso. O percurso garante um número muito reduzido de participantes. Já é muito caro viajar para lá e depois o percurso também é uma vergonha. Há três anos que estamos a prever isto. Especialmente quando chegaram as notícias sobre o percurso".
Considera que o Campeonato do Mundo no Ruanda tem potencial para ser espetacular, mas argumenta que o traçado do percurso limita a competição. "É possível organizar um Campeonato do Mundo fantástico no Ruanda. A mesma história para Montreal em 2026: removam uma subida ao percurso e terão uma grande corrida, onde quarenta ciclistas podem lutar para se tornarem campeões do mundo. Um Tadej Pogacar e um Van der Poel, mas talvez até um Philipsen".
Segundo Visbeek, o percurso deveria ter sido mais aberto e equilibrado, permitindo que diferentes tipos de ciclistas possam competir pelo titulo: "Também deviam ter feito isso no Ruanda", afirma. "Que um Pogacar estivesse na frente, mas depois com um Van der Poel. E um Biniam Girmay em grande forma. Teria sido um cenário de sonho, mas sim, não sei que forças estão em jogo."
A referência a Biniam Girmay é particularmente pertinente. Em 2024, o ciclista da Eritreia fez história ao tornar-se o primeiro africano a ganhar uma camisola na Volta a França, conquistando a camisola verde como melhor sprinter da corrida. "Não sei se ele vai participar", admitiu. "Não vamos tomar essa decisão por ele, porque ele próprio terá de o fazer. É uma pena, porque poderia ter completado o círculo".
Em última análise, Visbeek receia que o Campeonato do Mundo do Ruanda possa sofrer pela falta de competição, deixando um pequeno grupo de corredores a lutar pela vitória demasiado cedo. "Penso: será que não há ninguém que veja o que se vai passar ali? Talvez me enganem, mas pode muito bem acontecer que nos últimos cinquenta quilómetros ainda haja trinta homens em prova. Como nos Campeonatos do Mundo da Colômbia, em 1995".
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