Alberto Contador revela-nos quem é o seu ídolo : " Não há mais ninguém capaz de o fazer."

Ciclismo
terça-feira, 07 novembro 2023 a 18:08
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Alberto Contador tem andado estes dias por Portugal a promover da marca de bicicletas da qual é co-fundador, a Aurum.
O "Pistolero" fez uma retrospetiva do pelotão World Tour de 2023, falou à TopCycling do actual estado do ciclismo em Espanha, não se inibiu em falar de um sonho e se hoje ele fosse um míudo quem seria o seu ídolo.
"Este foi um ano dominado pela Jumbo-Visma, acho que ninguém tem duvidas disso. Uma equipa que vence os três Grand Tours não o faz por acaso. É algo que se consegue com muito trabalho, empenho e a maior das dedicações." começou por dizer.
" Na Vuelta houve um pouco daquilo que atualmente chamamos de ciclismo moderno. Uma equipa ter dois líderes à partida e surgir um terceiro de forma inesperada. Percebo o que terá passado pela cabeça do Primoz Roglic e do Jonas Vingeggard. Principalmente do Roglic, que se preparou durante meses, teve uma dieta tremenda, ele queria fazer história e ganhar a sua quarta Volta a Espanha. Já o Jonas Vingeggard queria fazer o 'doblete', Tour e Vuelta. No entanto o Sepp Kuss estava na liderança da corrida e a dada altura a equipa obriga-os a não atacar a liderança, porque sentia-se por parte dos fãs do ciclismo uma antipatia pelo que lhe estavam a fazer, atacando-o. A popularidade da equipa estava má pelo que estavam a fazer ao Kuss."
"O Tour é o Tour. O Vingeggard esteve mais forte. O Pogacar chegou lá vindo de uma lesão e também porque não preparou o Tour de forma conveniente. Penso que no futuro, e quando falo do futuro refiro-me a 2024, o Pogacar já me confidenciou que vai concentrar a sua preparação para a Volta a França. E é bom que assim seja. Mas quem vai ficar a perder são os fãs do ciclismo que adoram ver os melhores ciclistas na estrada. Com o Pogacar concentrado no Tour, serão muitas as provas que ele não irá correr, como tem feito nestes últimos anos. Talvez faça uma Flandres e mais uma ou outra prova, mas não esperemos vê-lo em muitas provas, isso é uma certeza."
Sobre a saída do vencedor da Volta a Itália, Roglic, Contador diz: " Foi para a Bora, porque ainda têm pelo menos mais 2 anos ao mais alto nível pela frente e ainda não desistiu do seu sonho, a Volta a França. Na Jumbo seria impossível."
Em relação ao futuro do ciclismo Espanhol: " Nós em Espanha temos o Carlos Rodriguez que fez 4º na Volta a França, o Enric Mas e o Juan Ayuso que nos dão garantias. Eles dão-nos certas garantias de podermos vir a lutar por podiums em Grand Tours, por isso acho que só podemos dizer que estamos felizes. Repara que Itália e França, países com tradições fortíssimas no ciclismo, não têm nenhum ciclista capaz ou com condições de ganhar um Grand Tour ou mesmo fazer podium."
" O Ayuso é daqueles ciclistas que só pensa em ganhar, pensa como um campeão e ainda recentemente deixou claro o seu desejo de fazer a Volta à França em 2024. Eu gosto de corredores assim, com ambição de vencer. Ele correu duas Vueltas e agora deseja um desafio maior. Mas para ele poder vencer esse seu desafio terá de estar muito bem fisicamente e principalmente ter em consideração que é de extrema importância conhecer bem o percurso."
Os colegas do TopCycling perguntaram a Contador qual era o seu maior sonho profissional. " Ganhar as três Grandes Voltas no mesmo ano." respondeu. " Depois do meu excelente ano de 2014 pensei... é para o ano. Vou tentar. Venci a Volta à Itália em 2015 mas acabei de rastos. A Astana tinha uma equipa fortíssima e desgastei-me imenso, quando cheguei à Volta à França não estava bem e abdiquei do sonho" sublinhou. " Se eu tivesse uma grande equipa, só tinha de me concentrar em trabalhar os contrarrelógios individuais e as chegadas em montanha, não tinha de arrancar a 40 ou 50 km da meta, podia ir mais tranquilo até ao fim. Se assim tivesse acontecido, talvez tivesse tido hipótese."
Instado a mencionar um ciclista, que fosse seu ídolo, caso hoje Alberto fosse um não hesitou: " Pogacar. O meu ídolo seria o Tadej Pogacar. Que corredor incrivel. Ele é unico. Ele pode ganhar qualquer corrida em que participe, não importa se uma Cla´ssica, Grand Tour ou uma corrida modesta. Não há mais nenhum corredor no mundo que seja capaz de o fazer."

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