Alberto Contador e a causa da sua sanção por doping, segundo Marcos Maynar: "Eu tinha estado na equipa de Lance Armstrong e a UCI estava contra eles".

O médico Marcos Maynar deu uma entrevista ao jornal El contraánlisis na qual faz uma análise da dopagem e fala sobretudo da operação Ilex. Neste contexto, explica que nada pode ser feito contra a UCI e dá os exemplos de Alberto Contador e Roberto Heras.

Segundo Maynar, Alberto Contador não recorreu aos tribunais comuns após o teste positivo de trembuterol, pelo qual perdeu uma Volta à França e um Giro de Itália, porque estava consciente das consequências que teria sofrido. Por outro lado, explica que aconselhou Roberto Heras a fazê-lo e que a justiça acabou por lhe dar razão.

Maynar dá Alberto Contador como exemplo da razão pela qual os ciclistas não denunciam a UCI:

"Como todos sabemos pelo que aconteceu com o bom Alberto Contador, porque é que ele não denunciou a UCI nem recorreu aos tribunais comuns quando o acusaram do famoso 0,001 de uma substância anabolizante, porque se assinasse e fosse contra a UCI não o deixariam entrar no mundo do WorldTour, que é uma máfia."

Quanto a Contador, se levarmos pedaços de carne para esse laboratório na Alemanha e obtivermos 20 000 quantidades de clenbuterol em todos eles, isso estaria no sangue de qualquer pessoa. E, no entanto, Contador tinha pertencido à equipa de Lance Armstrong e a UCI foi contra todos os que pertenceram a essa equipa. Ele sabia que, se seguisse outros caminhos, não voltaria a participar".

"Dou-lhe um exemplo: quando o Heras deu positivo num laboratório de Madrid, disse-lhe para pedir uma contra-análise noutro laboratório, que deu negativo, mas ele continuou a dar positivo. Como ele ia reformar-se, disse-lhe para ir para os tribunais comuns. E ele ganhou e ganhou muitos milhões. Devolveram-lhe a Vuelta que lhe tinham tirado e pagaram-lhe os danos que lhe causaram".