Análise: Landa, Ayuso, Remco, o vermelho de Sepp Kuss e a etapa na Serra de Madrid

Ciclismo
por MM
sexta-feira, 15 setembro 2023 a 14:00
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No próximo sábado, viveremos o último grande capítulo da Volta à Espanha 2023 em uma tortura pela Serra de Madrid. No total, os ciclistas terão de enfrentar um dia de mais de 200 quilómetros que será um contínuo sobe e desce que mais parece uma Ardenas do que uma etapa de um Grand Tour por etapas.

*Artigo originalmente escrito por Juan Larra.

Os ciclistas terão de ultrapassar um total de 10 dificuldades montanhosas, todas elas de terceira categoria. Obviamente, se a UAE Team Emirates ou a Bahrain Victorious quiserem ter alguma hipótese (por mais remota que seja) de tentar colocar Mikel Landa ou Juan Ayuso no pódio ou, sobretudo, de vencer uma etapa, terão de tornar o dia muito difícil desde o início. Se o que aconteceu na etapa 17, quando permitiram o arranque de uma fuga, se repetir, tudo se tornará mais complicado.

Tendo em conta o nível demonstrado nas últimas etapas de montanha pelos domésticos da Jumbo-Visma (Kelderman, Gesink, Valter e companhia), não será fácil para a equipa holandesa controlar a corrida. Veremos se a Bahrain voltará a dar luta à corrida, marcando o ritmo na frente, ou se, pelo contrário, os ataques se sucederão e a etapa se tornará numa loucura com líderes e sem pilotos de apoio.

O que é claro é que, se houver luta, Sepp Kuss não tem, de forma alguma, a garantia da camisola vermelha. Pode acontecer que Jonas Vingegaard ou Primoz Roglic tenham de fazer alguns ataques e que, devido às circunstâncias da corrida, acabem num grupo da frente.

Como disse, a chave será o facto de os interesses da luta pela vitória da etapa se poderem unir com os interesses de tentar fazer explodir a classificação geral. Aí, Remco Evenepoel, que vai certamente tentar a sua quarta vitória nesta Vuelta, pode ser uma peça-chave para quem quer fazer explodir a corrida.

As duas últimas subidas, o Puerto de la Cruz Verde e o Alto de San Lorenzo del Escorial, não são muito duras, mas depois de 19 etapas atrás e 8 subidas e descidas e 180 km atrás, podem fazer muitos estragos se, como explico, houver ritmo desde o início e vontade de fazer estragos a sério. Alberto Contador provou em Fuente Dé, em 2012, que, quando se quer, é possível. Alguém se vai atrever?

Artigo traduzido por Miguel Martins

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