ANÁLISE: Será que a Movistar Team vai levar Oier Lazkano para a Volta a França ou será "castigado" como Carlos Verona?

Ciclismo
terça-feira, 04 junho 2024 a 15:00
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No Criterium du Dauphine, a Movistar Team procura grandes resultados com Oier Lazkano a entrar na corrida em boa forma. Na antecâmara da Volta a França, surgem dúvidas sobre se a equipa espanhola decidirá finalmente levar o seu campeão nacional para a corrida. Será que vai voltar a acontecer um caso semelhante ao de Carlos Verona?
Em 2023, a Movistar Team decidiu não levar Verona à Volta a França supostamente devido a um problema físico, mas coincidiu que também se soube que o atual ciclista da Lidl-Trek não ia renovar com a equipa do seu país natal, rejeitando a oferta que lhe tinha sido apresentada. É inevitável que o cenário com Lazkano seja semelhante, uma vez que o ciclista basco de 24 anos vai deixar a Movistar no final da presente época, depois de ter concordado em juntar-se ao super projeto da Red Bull e da BORA - hansgrohe.
No ano passado, Carlos Verona entendeu que, em caso de dúvida, a Movistar Team iria apostar em levar um ciclista que iria continuar a longo prazo com eles para as grandes voltas. De momento, a lista preliminar de participantes não mostra Oier Lazkano entre os ciclistas que irão à Volta a França, que na ausência do anúncio da equipa Movistar são Alex Aranburu, Rémi Cavagna, Davide Formolo, Gregor Mühlberger, Nelson Oliveira e Enric Mas como chefe de equipa para a classificação geral.
O caso particular de Oier Lazkano, no entanto, e tendo em conta a já referida necessidade de pontos UCI da Movistar Team, é que o ciclista espanhol pode ser muito importante numa Volta a França de 2024 cujo percurso é muito favorável às suas capacidades. A Grande Boucle deste ano terá muitas etapas de montanha e de média montanha, nas quais Lazkano pode entrar nas fugas, exercendo um papel semelhante ao de Pelayo Sanchez na Volta a Itália, mas com um nível obviamente mais elevado, sem prejudicar o desempenho do asturiano, que foi o melhor ciclista da Movistar durante toda a Corsa Rosa.
Há ainda o fator Alex Aranburu. O ciclista também vai deixar a Movistar Team no final da época, embora esteja na lista preliminar para o Tour. Mas também é verdade que não foi divulgado que a Movistar Team tenha estado tão interessada em renovar com ele como esteve com Oier Lazkano, de quem se disse que a Movistar fez um grande esforço para arranjar o máximo de fundos possível para igualar a oferta do BORA. Talvez o plano da equipa espanhola seja levar apenas um ciclista com o perfil de Aranburu, para competir nas etapas, e todos os outros como apoio para apostar em Enric Mas.
Mas, no fim de contas, a Movistar Team não está numa situação tão confortável que possa desperdiçar um talento como Oier Lazkano e não o levar à Volta a França, mesmo que ele deixe a equipa no final da época. O ciclista de 24 anos é muito forte e obteve bons resultados para merecer a sua presença na grande volta. Sem ir mais longe, no momento em que escrevo este artigo, ele é uma das principais esperanças da equipa no Criterium du Dauphiné. Ficou em 5º lugar na etapa 2, num sprint com os favoritos da geral, e seria, sem dúvida, um trunfo importante para a equipa telefónica na Grande Boucle. Ganhou também a Clássica Jaén Paraíso Interior no início do ano e teve um desempenho muito notável nas clássicas empedradas, lutando por vezes contra o invencível Mathieu van der Poel na E3 Saxo Classic e na Volta à Flandres.
Mas será que a Movistar Team vai tomar uma decisão semelhante à de Carlos Verona em 2023, ou será que, apesar de tudo, vai mostrar mais ambição do que no Giro d'Italia, com Pelayo Sanchez e Nairo Quintana como caçadores de etapas, liderando uma equipa com Lazkano capaz de competir pelas vitórias em qualquer dia de montanha?

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