ANÁLISE: Será que a Movistar Team vai levar Oier Lazkano para a Volta a França ou será "castigado" como Carlos Verona?

No Criterium du Dauphine, a Movistar Team procura grandes resultados com Oier Lazkano a entrar na corrida em boa forma. Na antecâmara da Volta a França, surgem dúvidas sobre se a equipa espanhola decidirá finalmente levar o seu campeão nacional para a corrida. Será que vai voltar a acontecer um caso semelhante ao de Carlos Verona?

Em 2023, a Movistar Team decidiu não levar Verona à Volta a França supostamente devido a um problema físico, mas coincidiu que também se soube que o atual ciclista da Lidl-Trek não ia renovar com a equipa do seu país natal, rejeitando a oferta que lhe tinha sido apresentada. É inevitável que o cenário com Lazkano seja semelhante, uma vez que o ciclista basco de 24 anos vai deixar a Movistar no final da presente época, depois de ter concordado em juntar-se ao super projeto da Red Bull e da BORA - hansgrohe.

No ano passado, Carlos Verona entendeu que, em caso de dúvida, a Movistar Team iria apostar em levar um ciclista que iria continuar a longo prazo com eles para as grandes voltas. De momento, a lista preliminar de participantes não mostra Oier Lazkano entre os ciclistas que irão à Volta a França, que na ausência do anúncio da equipa Movistar são Alex Aranburu, Rémi Cavagna, Davide Formolo, Gregor Mühlberger, Nelson Oliveira e Enric Mas como chefe de equipa para a classificação geral.

O caso particular de Oier Lazkano, no entanto, e tendo em conta a já referida necessidade de pontos UCI da Movistar Team, é que o ciclista espanhol pode ser muito importante numa Volta a França de 2024 cujo percurso é muito favorável às suas capacidades. A Grande Boucle deste ano terá muitas etapas de montanha e de média montanha, nas quais Lazkano pode entrar nas fugas, exercendo um papel semelhante ao de Pelayo Sanchez na Volta a Itália, mas com um nível obviamente mais elevado, sem prejudicar o desempenho do asturiano, que foi o melhor ciclista da Movistar durante toda a Corsa Rosa.

Há ainda o fator Alex Aranburu. O ciclista também vai deixar a Movistar Team no final da época, embora esteja na lista preliminar para o Tour. Mas também é verdade que não foi divulgado que a Movistar Team tenha estado tão interessada em renovar com ele como esteve com Oier Lazkano, de quem se disse que a Movistar fez um grande esforço para arranjar o máximo de fundos possível para igualar a oferta do BORA. Talvez o plano da equipa espanhola seja levar apenas um ciclista com o perfil de Aranburu, para competir nas etapas, e todos os outros como apoio para apostar em Enric Mas.

Mas, no fim de contas, a Movistar Team não está numa situação tão confortável que possa desperdiçar um talento como Oier Lazkano e não o levar à Volta a França, mesmo que ele deixe a equipa no final da época. O ciclista de 24 anos é muito forte e obteve bons resultados para merecer a sua presença na grande volta. Sem ir mais longe, no momento em que escrevo este artigo, ele é uma das principais esperanças da equipa no Criterium du Dauphiné. Ficou em 5º lugar na etapa 2, num sprint com os favoritos da geral, e seria, sem dúvida, um trunfo importante para a equipa telefónica na Grande Boucle. Ganhou também a Clássica Jaén Paraíso Interior no início do ano e teve um desempenho muito notável nas clássicas empedradas, lutando por vezes contra o invencível Mathieu van der Poel na E3 Saxo Classic e na Volta à Flandres.

Mas será que a Movistar Team vai tomar uma decisão semelhante à de Carlos Verona em 2023, ou será que, apesar de tudo, vai mostrar mais ambição do que no Giro d'Italia, com Pelayo Sanchez e Nairo Quintana como caçadores de etapas, liderando uma equipa com Lazkano capaz de competir pelas vitórias em qualquer dia de montanha?

Place comments

666

0 Comments

More comments

You are currently seeing only the comments you are notified about, if you want to see all comments from this post, click the button below.

Show all comments