Antevisão da 12ª etapa da Volta a França 2025: Chegou o dia do mítico Hautacam

A Volta a França de 2025 estará a colorir as estradas de 5 e 27 de julho. Este é um do pontos altos da temporada, que ano após ano nos contempla com 21 dias de grande ciclismo, cheios de emoção e adrenalina que nos prende em frente à televisão ou nos faz percorrer milhares de quilometros para estarmos perto daqueles que são os melhores do mundo em cima da bicicleta.

É a primeira etapa de alta montanha da competição. Após um início plano, o pelotão entra nos Pirenéus e a subida final para Hautacam poderá provocar sérias diferenças. A partir de Auch, os ciclistas terão provavelmente um início de jornada tranquilo, mas tudo mudará no último terço da etapa, quando entrarem verdadeiramente na alta montanha.

O Col du Soulor será a primeira verdadeira ascensão da etapa e representará um rude despertar para muitos no pelotão. O topo surge a 46 quilómetros da meta e a subida, com 11,6 quilómetros de extensão e uma pendente média de 7,6%, é suficientemente exigente para fraccionar seriamente o grupo principal.

Logo após a descida, segue-se o Col des Bordères, com 3,3 quilómetros a uma inclinação média de 8%, terminando a 35 quilómetros do fim.

A subida final promete então ser explosiva e determinante. São 13,6 quilómetros a 7,8% de inclinação média, uma subida que no passado, já provocou grandes diferenças na Volta a França. Espera-se que o cenário desta vez se repita novamente. Trata-se da primeira chegada em alto da corrida, em plena alta montanha, e numa subida onde da ultima vez que uma etapa lá terminou, Jonas Vingegaard conseguiu bater Tadej Pogacar.

Será um dia sem muito vento, mas com bastante calor. São esperadas temperaturas de 26 graus na linha de meta.

Tadej Pogacar - O trepador mais consistente e forte do pelotão, será o homem a bater na etapa. Muito se pode discutir sobre a forma como a Visma tem abordado a corrida, mas no papel esta é uma jornada onde é difícil surpreender e onde os watts por quilo falarão mais alto.

Pogacar, em condições normais, deverá ser o mais forte no topo, embora esta não seja uma etapa em que a explosividade desempenhe um papel decisivo. Será interessante perceber se Jonas Vingegaard conseguiu encurtar a diferença para o esloveno, tendo em conta o rendimento que tem apresentado até agora na prova.

A UAE Team Emirates - XRG poderá ressentir-se da ausência de João Almeida? Será difícil para a Visma impor uma pressão alta num dia com este tipo de perfil. Embora a queda de hoje não tenha tido consequências físicas relevantes, pode deixar algumas marcas em Pogacar para a etapa de amanhã.

Jonas Vingegaard - O dinamarquês tem-se mostrado bem e tem dado muitos sinais positivos. Do ponto de vista psicológico também parece estar em boa forma e a Visma tem procurado desgastar a UAE com ataques sucessivos e uma pressão constante que a obriga a responder.

No entanto, nesta etapa haverá pouco espaço para estratégias. Tudo se decidirá com as pernas. Vingegaard, teoricamente, deverá estar num nível superior ao de todos os outros. Resta saber se estará à altura ou melhor do que o Campeão do Mundo. Pode ser um dia de sorte ou de sofrimento para o dinamarquês, que não se pode dar ao luxo de perder tempo, sob pena de deixar uma marca profunda na classificação geral.

Remco Evenepoel vai tentar defender o seu lugar no pódio e será um dia importante para ele perceber até que ponto pode lutar com os seus rivais directos. Ben Healy deverá perder a camisola amarela, mas espera-se um bom desempenho e que permaneça nas primeiras posições da geral. Kévin Vauquelin também é provável que perca algumas posições, agora que apanhará subidas longas. Florian Lipowitz é um sério candidato a estar entre os melhores e a subir na classificação geral, enquanto homens como Felix Gall e Enric Mas também têm aspirações e podem ter as suas equipas a forçar o ritmo para dificultar a vida aos seus rivais directos na luta pelo Top-10. A forma de Primoz Roglic também tem vindo a melhorar ao longo da corrida e será muito interessante ver até que ponto ele pode andar na frente neste dia.

Mattias Skjelmose, 15º na classificação geral, é provavelmente o ciclista que estará disposto a arriscar tudo. Guillaume Martin, Ben O'Connor, Thymen Arensman, Michael Storer, Aurélien Paret-Peintre, Alexey Lutsenko, Santiago Buitrago e Lenny Martínez são os homens a ter em conta. Alguns outros nomes podem também ser muito importantes, mas isso dependerá da liberdade que possam ter dos seus líderes e da táctica das suas equipas.

*** Tadej Pogacar, Jonas Vingegaard
** Remco Evenepoel, Florian Lipowitz
* Matteo Jorgenson, Ben Healy, Primoz Roglic, Felix Gall, Enric Mas, Ben O'Connor, Thymen Arensman, Michael Storer, Lenny Martínez

Escolha: Tadej Pogacar