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Volta a Itália de 2025 entra na sua fase mais espetacular. A 9ª etapa é um verdadeiro tributo à Strade Bianche, que promete ser um dos momentos chave desta edição da prova. Com mais de 30 quilómetros de estradas de gravilha, várias subidas explosivas e o final clássico na Via Santa Caterina, em Siena, esta etapa está desenhada para baralhar a classificação geral e oferecer espetáculo em terreno tradicionalmente reservado às clássicas de primavera. Fazemos a
antevisão da etapa.
O percurso não é uma réplica na íntegra da Strade, mas aproxima-se o suficiente para manter intacta a sua essência: subidas curtas e íngremes, gravilha e um final técnico, onde o posicionamento será crucial. Entre os 68 e os 34 quilómetros para o fim, a corrida deverá explodir, com uma sucessão de setores técnicos, subidas exigentes e descidas traiçoeiras, que culminará com uma subida não categorizada de 1 km a 7% de pendente média
O Colle Pinzuto (450 metros a 12%) a 14 km da chegada e a Via Santa Caterina (16% de inclinação) no último quilómetro da corrida, serão os pontos mais decisivos da etapa.
Gubbio - Siena, 181 quilómetros
Mapa 9ª etapa da Volta a Itália
Condições meteorológicas
O vento soprará de oeste ao longo da tarde, o que deverá resultar em vento de frente antes dos setores de gravilha e, posteriormente, vento lateral, aumentando o risco de abanicos. A chuva, prevista para parte da etapa, poderá tornar o dia ainda mais imprevisível e perigoso.
Os Favoritos
A exigência técnica e táctica do traçado fará com que muitos líderes da geral assumam uma postura defensiva, tentando apenas limitar perdas e evitar quedas. Dos quatro homens da UAE Team Emirates – XRG ainda com ambições na geral, Isaac del Toro pode ser o que se sentirá mais à vontade neste tipo de terreno e poderá até sonhar com a Camisola Rosa, enquanto os restantes (Ayuso, McNulty e Yates) deverão gerir a etapa com maior prudência.
Mathias Vacek pode tirar partido do seu perfil e quem sabe tentar chegar à liderança da corrida. O mesmo se aplica a
Tom Pidcock, que está em forma e teve um excelente desempenho na Strade Bianche nesta primavera. O britânico é um dos grandes favoritos para vencer esta etapa, a sua capacidade em subidas curtas, a técnica nas descidas e explosividade fazem dele o homem a bater.
Cerca de 90% dos homens da geral irão limitar-se a sobreviver, poupando forças e apostando na consistência.
Fuga ou CG? Os nomes a ter em conta
O perfil da etapa e o grau de risco envolvido tornam a fuga uma opção atrativa. Evita a luta pelo posicionamento, reduz a exposição ao caos do pelotão e permite antecipar os setores de gravilha com margem. Ciclistas como:
- Francesco Busatto
- Kevin Geniets
- Jon Barrenetxea
- Romain Bardet
- Mads Pedersen e Wout van Aert poderão ser candidatos a uma vitória, mas deverão estar ao serviço dos trepadores das suas equipas.
- E os homens da Jayco AlUla: Paul Double, Felix Engelhardt e Davide de Pretto
A XDS Astana, que agora está na liderança da corrida com Diego Ulissi e Lorenzo Fortunato, poderá adoptar uma postura mais conservadora, focada em defender a camisola.
Ulissi, apesar de estar habituado a subidas curtas, terá de se superar para manter a liderança. Com o cansaço acumulado a fazer-se sentir e a natureza imprevisível do percurso, a perda da Camisola Rosa é uma possibilidade real, mas se evitar os azares do dia e estiver bem posicionado nos momentos chave, poderá mantê-la por mais uma dia.
Previsão Volta a Itália 9ª etapa:
*** Tom Pidcock, Mathias Vacek
**Isaac del Toro, Egan Bernal, Giulio Ciccone
*Mads Pedersen, Francesco Busatto, Jon Barrenetxea, Paul Double, Romain Bardet, Felix Engelhardt, Primoz Roglic, Juan Ayuso;
Escolha: Mathias Vacek
Original: Rúben Silva