A 8ª etapa da
Volta a Itália 2025 foi tudo menos previsível. Num dia de fuga longa, ataques sucessivos e reviravoltas constantes na luta pela Maglia Rosa, foi o australiano
Luke Plapp, da
Team Jayco AlUla, quem escreveu o seu nome na história com uma vitória a solo soberba - a maior da sua carreira profissional até à data.
Plapp lançou o seu ataque a 46km da meta, depois de um dia de grande desgaste, repleto de movimentações desde os primeiros quilómetros. A corrida começou com Mads Pedersen, Mattia Cattaneo e Davide de Pretto a liderarem a primeira tentativa de fuga. O pelotão, contudo, não permitiu grande liberdade e, após o sprint intermédio onde Pedersen conquistou mais pontos para a Camisola Ciclamino, o trio foi neutralizado.
Seguiu-se um verdadeiro caos na luta pela fuga, com sucessivos grupos a tentarem estabelecer-se na frente. Foi apenas antes da subida ao Sassotetto, que um grupo mais consistente de 20 ciclistas conseguiu ganhar espaço. Entre eles, nomes como Fortunato, Van Baarle, Formolo, Steinhauser, Bardet, Kelderman e Plapp.
À medida que a vantagem para o pelotão crescia, a Astana passava a controlar a corrida com Lorenzo Fortunato, não só como líder da Maglia Azzurra, como também da geral virtual. Mas foi a instabilidade dentro da própria fuga que mudou o rumo da etapa: ataques atrás de ataques fragmentaram o grupo, até que Plapp, mostrando uma forma explosiva, atacou no final da subida de Montelago, passou ao topo sozinho, conquistou os pontos da montanha e lançou-se em descida com mais de um minuto de vantagem.
Igor Arrieta ainda tentou persegui-lo, mas foi neutralizado por Ulissi e Kelderman, num momento em que a luta pela liderança da geral estava em aberto. Fortunato e Ulissi, ambos da Astana, alternavam como líderes provisórios, enquanto a Red Bull – BORA – Hansgrohe mantinha um ritmo de controlo atrás para proteger
Primoz Roglic.
No entanto, nada foi capaz de ameaçar a determinação de Plapp. O australiano geriu a diferença com inteligência e cruzou a meta isolado, celebrando uma vitória construída com audácia, resistência e visão de corrida. Aos 24 anos, confirma o seu estatuto de talento emergente.
Wilco Kelderman ganhou o sprint a
Diego Ulissi pelo 2º lugar e o italiano teve que esperar pela chegada do pelotão para saber se vestiria de rosa.
Não obstante de um ataque de Pidcock no último topo do dia e do sprint final de Juan Ayuso, o grupo principal chegou a 4:49, diferença que permitiu ao veterano Ulissi subir à liderança do Giro pela primeira vez na carreira. Um dia glorioso para a
XDS Astana Team, a Itália e, claro, Ulissi!