ANTEVISÃO | Prova em Linha do Campeonato da Europa de Elites Masculinos- Mathieu van der Poel é o maior rival dos sprinters

No dia 15 de setembro, alguns dos melhores ciclistas de clássicas e sprinters do mundo estarão na Bélgica para lutar pelo Campeonato da Europa. Esta é uma das corridas mais prestigiadas do ano e é uma corrida que distribui uma camisola especial. Os colegas do CyclingUpToDate fazem a antevisão da corrida.

1200 metros de acumulado apenas num percurso de 223 quilómetros; estes números estão certamente ligados à ideia de que um sprint pode muito bem decidir a corrida, apesar das poucas dificuldades. É uma corrida que tem lugar no Limburgo, com início em Heusden-Zolder e com final na cidade de Hasselt, com uma partida e um final completamente planos.

Na maior parte do percurso, os organizadores introduziram algumas dificuldades, que poderão tornar a corrida emocionante. Teremos três voltas a um circuito que inclui algumas colinas e setores empedrados. Os mais notáveis são Manshoven e Op de Kriezel. O primeiro tem 1,3 quilómetros de extensão e sobe até 6% no final. Termina com 124, 91,5 e 59 quilómetros p percorrer;

O segundo vem logo a seguir, apenas alguns quilómetros depois. Trata-se de um setor com uma inclinação constante de 3/4%. Não é brutal, mas é suficientemente difícil para fazer um ataque e criar alguns espaços. No entanto, se estas podem ser levadas até à meta é uma questão diferente... Esta subida termina quando faltam 119,5, 87 e 54,5 quilómetros para o final. Falta mais de 1 hora de corrida depois de a terminar pela última vez;

No circuito há três outras pequenas subidas depois dos setores, que são 600 metros a 4,8%; 700 metros a 4,3% (e a terceira não sabemos, mas é um pouco mais longa e menos íngreme). Realisticamente, no entanto, estas são subidas que serão percorridas muito rapidamente e é difícil fazer a diferença nas mesmas. Haverá um pequeno setor empedrado não muito longe da meta (Printhagendreef), mas tem apenas 500 metros de comprimento e não deverá ser muito importante, pois faltam 25,5 quilómetros para a meta.

É provável que a corrida seja decidida num sprint na cidade de Hasselt. Os quilómetros finais são completamente planos, mas numa estrada não muito larga. Não há nada de técnico ou significativo para analisar; será tudo uma questão de tempo para os leadouts e será difícil para os pequenos grupos manterem a liderança se tivermos um pelotão a toda a velocidade em movimento.

Cerca de 18 graus no máximo, tempo nublado e nada mais do que uma pequena brisa de noroeste. O tempo não terá qualquer impacto na corrida, honestamente.

Bélgica - A equipa mais forte da prova, talvez, mas isso pode ser uma desvantagem. A Bélgica terá sempre responsabilidades a perseguir aqui porque traz três sprinters de topo. Mesmo com a ausência de Wout van Aert temos Jasper Philipsen e Tim Merlier - ambos fortes candidatos à vitória - e também um Jordi Meeus que não se vai contentar com tarefas de lançador. Vai ser uma dinâmica de equipa muito interessante, um grande risco para a equipa nacional que decidiu dar uma oportunidade a todos os seus principais sprinters. Mas eles não vão trabalhar uns para os outros e penso que também não vão querer responder a ataques nos paralelos. Terão de encontrar alianças com outras equipas que estejam interessadas num sprint.

Jonathan Milan - Itália será certamente a principal interessada numa chegada ao sprint. Jonathan Milan está numa forma incrível este ano, provou ser talvez o sprinter mais forte do pelotão e venceu duas vezes no recente Renewi Tour. A Itália tem ciclistas fortes para atacar ou contra-atacar, como Matteo Trentin ou o vencedor do contrarrelógio Edoardo Affini; mas, honestamente, acho que a equipa de oito ciclistas deve comprometer-se totalmente com um sprint, pois a equipa é muito forte e tem um líder certo e muito sólido. Com Simone Consonni e Davide Ballerini também como líderes de topo, isto pode certamente funcionar na perfeição.

Temos o vencedor da BEMER Cyclassics, Olav Kooij a chegar como um homem muito perigoso também, com Danny van Poppel e possívelmente Mathieu van der Poel como lançadores e uma corrida que lhe convém bem com algumas dificuldades envolvidas. Nomes como Arnaud Démare, Alexander Kristoff e Tobias Lund Andresen também devem desfrutar dos setores de pavê e do desgaste que virá deles; enquanto temos outros sprinters outsiders presentes, como Pavel Bittner, Jon Aberasturi, Max Walscheid, Emils Liepins e Stanislaw Aniolkowski.

Mads Pedersen - Tobias Lund Andresen é uma boa opção para um sprint e Mads Pedersen também, mas este último também não terá medo de atacar. Além disso, é o tipo de ciclista ideal para atacar com van der Poel, tendo em conta que tem coragem, pernas para subir e um companheiro de equipa igualmente forte para um sprint... Os dinamarqueses devem querer atacar esta corrida com a sua equipa de oito homens.

Mathieu van der Poel - O homem que a maioria vai manter debaixo de olho quando se trata de ataques. Infelizmente para o neerlandês, esta não é uma corrida muito seletiva e, por isso, se ele não conseguir fazer um ataque decisivo com 1/2 ciclistas que o acompanhem, então será seguido e não lhe será permitido atacar. Mesmo que não esteja na sua melhor forma, é certo que vai tentar nas colinas e é sempre um homem perigoso, mas é bem possível que no final o vejamos em funções de lançador para Olav Kooij.

Algumas equipas não terão sprinters a bordo, ou terão alguns que não são muito promissores num pelotão tão luxuoso, pelo que terão de se concentrar em atacar a corrida ou mesmo colocar vários ciclistas na fuga. A Espanha e a Suíça, por exemplo, não têm hipóteses realistas de subir ao pódio, e alguns outros podem aspirar a um pódio, na melhor das hipóteses.

Os franceses têm Christophe Laporte que pode ser um ciclista muito valioso para Mathieu van der Poel ou, de facto, outros atacantes - esta é uma corrida onde o ataque decisivo pode vir a qualquer momento, especialmente se levam um ciclista das principais equipas que pode fazer com que o pelotão não colabore adequadamente, há sempre muitas ambições pessoais numa corrida como esta... Na minha opinião, os ciclistas como Jonas Abrahamsen, Nils Politt e Stefan Bissegger são extremamente perigosos se saírem da frente, e como as subidas não são muito seletivas, muitos ciclistas podem fazer este tipo de manobra.

*** Jonathan Milan, Jasper Philipsen, Olav Kooij
** Tim Merlier, Mads Pedersen
* Mathieu van der Poel, Christophe Laporte, Jordi Meeus, Tobias Lund Andresen, Alexander Kristoff, Pavel Bittner, Arnaud Démare

Aposta: Jonathan Milan