De 10 a 16 de março, o pelotão do World Tour está na estrada a fazer a Tirreno-Adriatico 2025. Esta é por si só uma das mais importantes corridas por etapas do ano, mas serve simultaneamente de preparação para as clássicas da primavera e também de teste para a Volta a Itália. Fazemos a antevisão da 3ª etapa da prova.
O terceiro dia de corrida é um dia misto, com muitos cenários possíveis para decidir a etapa. Os 240 quilómetros em cima da bicicleta farão com que seja um dia longo e desafiante, com algumas subidas no menu. Um pequeno sprint de grupo ou um ataque tardio poderão mesmo decidir o dia.
3200 metros de acumulado ao longo do dia, irão concerteza deixar as suas marcas nas pernas dos ciclistas. O pelotão deve permanecer com as coisas bastante calmas até aos quilómetros que antecedem a subida final. Deverá ser feita uma aproximação bastante rápida à ultima subida do dia, uma vez que a secção mais difícil aparece logo no inicio da mesma.
1,6 quilómetros a 9% abrem as hostilidades, terminando a 20,8 quilómetros da meta. Uma subida tentadora, mas que depois se torna quase totalmente plana durante cerca de 9 quilómetros. Os últimos 7 quilómetros da subida têm uma média de cerca de 5%. Esta não será uma subida para se fazerem grandes diferenças, mas será sem duvida muito tática.
As inclinações permitem muito slipstreaming e, por isso, os principais ciclistas da geral deverão estar bem marcados. Há a oportunidade de alguns ciclistas da geral de tentarem ganhar a etapa, mas isso poderá depender da ocasião e da sorte. Para além disso, a falta de uma inclinação elevada na fase final da subida permite que os corredores de clássicas e os puncheurs que se aguentem até aqui, tenham um terreno favorável para tentarem uma vitória.
A subida termina quando faltam apenas 4 quilómetros para o final e metade do percurso até à meta será em descida... Organizar uma perseguição até à linha de meta será muito difícil e qualquer ciclista que tenha uma vantagem poderá chegar à vitória. O final em Colforito não é técnico e os últimos quilómetros são simples, pelo que as hipóteses de ver um sprint de um pequeno grupo a decidir o resultado do dia também são elevadas.
Amanhã o clima será rigoroso, apropriado para os especialistas das clássicas. É provável que chova para piorar coisas e o pelotão também vai sentir um forte vento de sul, embora este perca alguma intensidade ao longo da tarde. Nos últimos quilómetros da subida e na aproximação à chegada, haverá vento de costas cruzado.
A forma como esta etapa se irá desenrolar é uma questão muito interessante. Em termos normais, mesmo um pequeno sprint do pelotão seria e é possível na meta com uma subida destas. Mas com a extensão da etapa e o mau tempo, alguns homens passarão dificuldades e a subida final irá ser pesada. Ainda assim, a grande questão reside no impacto que terá. Não haverá ataques sérios na primeira parte íngreme da subida, uma vez que nos quilómetros seguintes, planos, é fácil perseguir qualquer tentativa de homens que lutem pela CG - enquanto os "puncheurs" queimariam as pernas antes da parte chave da etapa. Assim, os últimos 7 quilómetros são os mais importantes. Os 5% de inclinação média significam uma velocidade média de cerca de 30 km/h, onde o slipstreaming faz uma enorme diferença.
Como a subida não é íngreme, os ciclistas mais pesados não serão muito castigados e, se seguirem as rodas, podem de facto aguentar-se. Os trepadores puros terão dificuldade em fazer a diferença e, provavelmente, irão marcar-se uns aos outros. Filippo Ganna lidera a classificação geral no dia e se ele se aguentar será uma ameaça tanto para uma vitória a solo como ao sprint. Puncheurs como Tom Pidcock, Marc Hirschi ou Romain Grégoire podem ter a explosividade que será necessária para criar um corte sobre as outras figuras fortes aqui, enquanto um ciclista agressivo como Ben Healy irá certamente jogar as suas cartas. Outros homens como Gianni Vermeersch, Valentin Madouas, Toms Skujins, Attila Valter e Simone Velasco terão liberdade para tentarem um bom resultado.
Mas e se tivermos uma chegada ao sprint? Para além de alguns dos ciclistas acima mencionados, podemos ter homens como Alex Aranburu ou Andrea Vendrame e Dorian Godon da AG2R a chegar ao topo. Finalmente, temos Mathieu van der Poel, que pode aguentar e atacar no topo da subida, ou mesmo ir para um sprint no final e será um dos principais outsiders do dia.
Relativamente aos trepadores, não será fácil fazerem a diferença. Juan Ayuso está em excelente forma e pode realmente tentar e ter sucesso, mas ele é o único que pode ser capaz de fazê-lo com base na pura potência. Ciclistas como Richard Carapaz e Giulio Ciccone são muito explosivos e provavelmente tentarão mexer com a corrida se tiverem pernas.
Do lado dos ciclistas mais oportunistas, há homens que podem fazer um ataque tardio e depois seguirem para a vitória. Temos homens como Pello Bilbao, Derek Gee, Laurens de Plus, Eddie Dunbar ou mesmo Isaac del Toro se a UAE usarem os números em vez de estarem ao trabalho.
Kévin Vauquelin, Antonio Tiberi, Einer Rubio, Jai Hindley, Mikel Landa, Valentin Paret-Peintre, Simon Yates, Adam Yates e Lorenzo Fortunato também deverão estar no grupo final. É o dia para que um ataque bem cronometrado possa ter exito no final.
Previsão Tirreno-Adriatico 2025 3ª etapa:
*** Tom Pidcock, Ben Healy, Mathieu van der Poel
** Pello Bilbao, Juan Ayuso, Marc Hirschi, Romain Grégoire
* Kévin Vauquelin, Richard Carapaz, Derek Gee, Giulio Ciccone, Valentin Paret-Peintre, Mikel Landa, Filippo Ganna, Eddie Dunbar, Adam Yates, Simon Yates, Isaac del Toro, Alex Aranburu, Dorian Godon, Andrea Vendrame
Escolha: Ben Healy
Como: Ataque tardio e vitória a solo.
Original: Rúben Silva
7 stages, 1,130.9 km of pure passion.
— Tirreno Adriatico (@TirrenAdriatico) December 12, 2024
From Lido di Camaiore to San Benedetto del Tronto 🚴♂️
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7 tappe, 1.130,9 km di pura passione.
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